A Sociedade organizada têm por dever exigir dos Poderes de Estado o foco da finalidade pública e a observância do interesse público na defesa dos direitos básicos e da qualidade da vida da população na construção de uma sociedade livre, justa e democrática. Para tanto, é necessário aprimorar as leis, cumprir os princípios administrativos, republicanos e democráticos, zelar pelas riquezas do país, garantir a ordem pública, fortalecer a justiça e consolidar a Paz Social no Brasil.
VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
TIRIRICA E OS 300 PICARETAS
Tiririca, por que não?, por Adroaldo Furtado Fabrício, Jurista e advogado, ZERO HORA 27/09/2010
Vozes variadas e respeitáveis escandalizam-se com a candidatura, aparentemente já vitoriosa, de um palhaço à Câmara dos Deputados. Talvez valha a pena deter-se o crítico um instante para melhor analisar as razões dessa condenação, os méritos e deméritos da escolha, o estado atual da representação popular no Congresso Nacional. E identificar até que ponto a rejeição pode ser fruto de mero preconceito.
Trata-se de um profissional de burlantim, que arrosta a dura tarefa de fazer rir nestes tempos bicudos e mal-humorados. Ganha a vida com seu trabalho, provavelmente difícil e malpago. Se comparado a tantos que se consagraram na política sem haverem jamais exercido qualquer profissão ou ofício, o ator circense está em vantagem.
Não se tem maior conhecimento de sua formação, ilustração, grau de escolaridade. Mas, para exercer o seu ofício – e nele alcançar êxito – há de ter-se minimamente preparado, precisa ser um homem do seu tempo, estar informado do que à sua volta ocorre. O que – ai de nós! – não se pode dizer de muitos eleitos e reeleitos que por aí passeiam sua ignorância e dela até se orgulham.
O homem é um artista, o que faz supor sensibilidade, compreensão e sintonia com o mundo. E, o que é mais, sua arte é voltada para as crianças, que o adoram. Não pode ser tão mau alguém que tanto e tão intensamente se faz amar pelos pequenos. De resto, quando ele afaga um menino, pode-se crer que não o faz para conquistar os votos da família, mas em genuína manifestação de carinho e afeição.
Não é de supor-se que um palhaço seja homem sedento de riqueza ou obcecado por bens materiais. Fosse esse o seu interesse dominante, haveria provavelmente escolhido outra profissão, pois a dele por certo não é propícia ao enriquecimento. Nunca se ouviu falar de um palhaço miliardário. Sendo assim, não há de ser particularmente sensível à tentação dos mensalões, parcerias público-privadas informais e maracutaias outras.
Reza a lenda que o palhaço ri por fora chorando por dentro. Visto esse dado pelo seu ângulo mais simpático, indica uma grande aptidão para superar adversidades e mostrar boa cara, mesmo quando roído pela dor. Em visão mais cínica, dir-se-á que ele já está equipado com um traço de personalidade indispensável à atividade política: a hipocrisia.
Verdade é que Tiririca, eleito, careceria de representatividade, sabido que seus eleitores não teriam votado nele para que os representasse, e sim para expressar desilusão, protesto ou gaiatice. Mas, e daí? Poderia ser, no Congresso, a voz dos desencantados e descrentes. Ou, se nada mesmo representasse, apenas se igualaria a tantos outros, aos famosos “300 picaretas” que se servem do mandato para a exclusiva satisfação de interesses próprios.
Tudo ponderado, parece que, realmente, pior do que está não fica.
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