VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

QUE "DEMOCRACIA" OBRIGA O POVO A VOTAR?

Que festa da democracia? - Artigo do leitor Salvador de Farias - O GLOBO, 13/09/2010 às 14h29m

Alguém já se referiu às eleições como "a festa da democracia". Eu pergunto: Que democracia é essa que já começa impondo a obrigação de votar sob a pena de pesadas sanções no caso do seu descumprimento?

Parece muito claro que o voto obrigatório serve ao propósito da Justiça Eleitoral de manter um controle rígido sobre o processo de votação e apuração dos votos. Sabendo-se o número total de eleitores alistados, este tem que ser igualado pela soma do número de eleitores que efetivamente votaram mais o número de eleitores que justificaram suas ausências. A eventual diferença seria devida aos infratores que ousaram não atender ao "chamado do civismo".

A nossa pseudodemocracia, não satisfeita, também nos impõe outras coisas desagradáveis: o horário eleitoral gratuito e, agora, a limitação nas manifestações da expressão artística ou jornalística que possam, segundo a legislação eleitoral, influenciar desigualmente o processo.

Talvez a própria baixa qualidade da política partidária, flagrantemente evidenciada no nosso singular horário eleitoral gratuito, contribua para a obrigatoriedade do voto. Quem, depois de assistir semanas a fio ao exótico desfilar de tipos e discursos, se disporia a sair de casa para se manifestar a favor deste ou daquele candidato ou partido?

É triste e constrangedor sermos avessos à política rasteira e desmoralizada que vemos por aí e ainda sermos obrigados, no dia da eleição, a sair de casa e entrar em uma fila para prestar vassalagem ao Estado que deveria nos servir. Nenhum cidadão adulto, responsável e independente deveria se submeter a isso.

Estamos sendo cozidos em fogo brando e não nos damos conta. Que mais estaria por vir? Ainda temos a faculdade de anular o voto mas não me espantaria com a promulgação de uma lei, no bojo deste sistema autoritário, que nos tirasse essa opção.

Para expor ainda mais a nossa vexatória situação, há algum tempo tomamos conhecimento de que o voto no Haiti e até na Venezuela do autoritário Hugo Chávez são facultativos. Será que nós aqui no Brasil ainda chegaremos a esse estágio de "desenvolvimento"?

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