A Sociedade organizada têm por dever exigir dos Poderes de Estado o foco da finalidade pública e a observância do interesse público na defesa dos direitos básicos e da qualidade da vida da população na construção de uma sociedade livre, justa e democrática. Para tanto, é necessário aprimorar as leis, cumprir os princípios administrativos, republicanos e democráticos, zelar pelas riquezas do país, garantir a ordem pública, fortalecer a justiça e consolidar a Paz Social no Brasil.
VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.
domingo, 12 de setembro de 2010
HIPOCRISIA ELEITORAL
HIPOCRISIA ELEITORAL - EDITORIAL ZERO HORA, 12/09/2010
Indignada com o que tem visto e ouvido no horário eleitoral, a artista plástica Janete Lucchese Garbini fez uso do seu direito de leitora e desabafou em carta publicada na última quinta-feira na página 2 deste jornal: “Sonho eleger um presidente capaz de respeitar nossas leis, mudar este palco de mentiras e de falsas promessas. Ando cansada de ver na TV as mesmas caras, repetindo velhas e antigas promessas de um Brasil sério, capaz de renovar. Votaria feliz se tivesse um só falando a linguagem do povo. Não queremos repetecos, nem anular nossos votos, apenas mudar esse cenário de velhas mentiras”.
Independentemente de preferências que a autora do desabafo possa ter, ela toca num ponto importante da propaganda política, que é a hipocrisia eleitoral. Os candidatos têm o direito de mentir para enaltecer suas propostas ou para desmerecer as ideias e as ideologias de seus adversários? Tudo o que aparece no horário eleitoral é falso? Considerando-se a má fama dos políticos, a generalização é tentadora. Mas a verdade é que o horário eleitoral precisa ser interpretado pelo eleitor como uma propaganda – e não como um informativo comprometido com o equilíbrio e com a isenção. Cabe ao eleitor decodificar a mensagem, desidratá-la e captar o que realmente contribui para a formação de sua convicção.
O político pode até mentir, pois essa prerrogativa está sustentada pela liberdade de expressão e de pensamento. Mas seu de- ver ético e moral é dizer a verdade. Se não o fizer, estará traindo esta garantia de se expressar livremente que a Constituição assegura a todos os brasileiros. E estará, certamente, incorrendo no risco de ser flagrado e de receber dos cidadãos a sentença de repúdio, que deve ser dispensada aos mentirosos e aos demagogos.
Demagogia e hipocrisia são irmãs siamesas. Os demagogos se aproveitam da ingenuidade e do emocionalismo das pessoas para persuadi-las a aceitar suas teses, mesmo quando eles próprios não acreditam no que pregam. Enganam sem pudor, com o único propósito de se manterem no poder. Nem sempre mentem escancaradamente. Muitas vezes, manipulam as informações, usam a verdade pela metade, procuram moldá-la de acordo com seus interesses e ambições. Nem sempre é fácil perceber a manipulação. Prova disso é que alguns dos maiores déspotas da história da humanidade alcançaram o poder e nele se mantiveram graças a amplo apoio popular.
Porém, com as facilidades tecnológicas de que dispõe para acessar informações, e também com o amadurecimento da democracia em nosso país, o eleitor brasileiro está a cada dia mais habilitado para selecionar mensagens verdadeiras e consistentes em meio à enxurrada de discursos vazios, lugares-comuns e até trocadilhos despejados diariamente no horário eleitoral. Diante de eleitores conscientes, a hipocrisia eleitoral tende a se voltar, como um bumerangue, contra seus próprios autores.
Demagogia e hipocrisia são irmãs siamesas. Os demagogos se aproveitam da ingenuidade e do emocionalismo das pessoas para persuadi-las a aceitar suas teses, mesmo quando eles próprios não acreditam no que pregam.
O editorial acima foi publicado antecipadamente no site de Zero Hora, na sexta-feira. Os demais comentários de leitores sobre a opinião desta página estão em zerohora.com/blogdoeditor
O leitor concorda
Concordo plenamente. Alguns políticos, infelizmente, não possuem preparo para o cargo que pretendem ocupar, fazem determinadas promessas hipócritas. Prometem projetos que sequer são de sua competência se forem eleitos. Isso deveria ser fiscalizado pelo partido, pois chega a pôr em dúvida a credibilidade do próprio partido. Outros atuam como se estivessem fazendo novela ou propaganda de produtos na televisão, fazendo “poses”, “falas bonitas”, “voz suave”, trocando a sua aparência, tudo isso para induzir o povo a erro. É a corrida pelo poder...- Jocelia Matilde Lopes – Porto Alegre
Concordo plenamente com o editorial. Contudo, questiono: Quantos eleitores têm capacidade de possuir uma assinatura de um jornal como ZH? Quantos eleitores possuem discernimento para entender a promessa vazia ou um projeto político razoável de um determinado candidato? Sugiro que estes editoriais sejam veiculados em meios de comunicação de massa, como, por exemplo, a TV aberta. Reflitamos. Marco Antonio dos Reis – Carazinho (RS)
O leitor discorda
Mentiras, demagogia e hipocrisia não são uma exclusividade do horário eleitoral, ou dos políticos. Eu tenho a firme convicção de que estas são diretamente proporcionais às mentiras, demagogia e hipocrisia que se encontram em toda a sociedade, incluindo empresários privados e meios de comunicação. O que está difícil de suportar, principalmente em período eleitoral, são as hipocrisias e mentiras da grande imprensa brasileira. Paulo Weyne – Porto Alegre
Discordo radicalmente da maneira de abordar o problema. O editorial confunde (reflete e amplifica, sem acrescer inteligência), não elucida e sequer organiza as várias dimensões do problema que se tornou o nosso sistema político. Lamento...
- Marcello Pereira – Porto Alegre
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