Maus políticos ou maus partidos?, por Mario Luiz de La Rue, professor - Zero Hora, 23/092010
Ao eleitor, quando depara com a nominata de candidatos a cargos eletivos, fica uma dúvida: em quem votar? Qual partido? Negocio meu voto em troca de um favor recebido ou por receber, vendo meu voto por alguma benesse recebida dos cofres públicos ou procuro aquele que se mostrou íntegro e respeitador de valores amplamente aceitos pela sociedade? Da mesma forma, os partidos melhor posicionados nas pesquisas sempre nos apresentam soluções de sábia reconstrução ou crescimento. A relação de pessoas que voluntariamente se prontificam a nos representar é muito ampla e observando-a, em todos os níveis, federal ou estadual, Executivo ou Legislativo, mostra uma gama enorme de opções, podendo-se dizer que toda a flora e fauna terrestre estaria aí representada, tanto as boas quanto as ruins. Neste momento, surge uma dúvida: quem toma a iniciativa de escolher as pessoas que irão ser os candidatos? Por que as mesmas figuras carimbadas de outros pleitos ou com posturas éticas muito discutíveis pela maioria absoluta da população estão nesse rol? Será que a lista realmente representa a sociedade nacional? A lista de legisladores com problemas na Justiça e condenações é extensa e, graças ao sistema jurídico brasileiro, conseguem protelar as penalizações, passando por cidadãos probos.
Então, se todos sabem separar o joio do trigo, por que essas figuras notórias da sociedade brasileira continuam sendo eleitas? É possível tentar responder: primeiro, é que o eleitor realmente quer vender seu voto em troca de um benefício imediato, não se preocupando com o bem-estar da coletividade a longo prazo. Este aspecto é pertinente, uma vez que, em razão das mazelas que a sociedade brasileira tem de suportar, a tutela do paternalismo político passa a ser a única chance de sobrevivência. Como segunda explicação, temos que os caciques dos partidos escolhem um elenco de indivíduos que se elegem por serem populares e que, uma vez ocupando o cargo, só servem como massa de manobra, aprovando ou não questões de interesse restrito de seus padrinhos.
Parece-me que a classe dos administradores partidários é muito pior, pois manipula a ingenuidade dos eleitores, oferecendo pseudossalvadores. Estes, na sua própria ignorância, e com seu ego massageado, creem que resolverão alguma coisa, mas acabam por ficar à mercê de superiores.
Como inverter a situação, na qual pessoas que nem sabemos quem são nos oferecem os “salvadores da pátria”? Será que não está na hora de selecionar uns poucos indivíduos com personalidade firme, passado exemplar e zelo pelo futuro, varrendo do mapa saltimbancos, salteadores e figuras decorativas? Com isto, certamente, estaremos eliminando os aproveitadores que estão em cadeiras privilegiadas nos partidos e que acabam manobrando a todos nós, contribuintes, como uma manada acéfala e desnorteada.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Alguém conhece o programa dos partidos políticos existentes no Brasil? Nas eleições estes programas são divulgados? As promessas lançadas nas eleições fazem parte do programa do partido? Se os partidos lutam pela probidade política, porque eles insistem em manter nos seus quadros pessoas condenadas e processadas por este crime? Quais são os critérios utilizados pelos partidos para escolher seus candidatos? Que tipo de regime político pregam para o Brasil?
A Sociedade organizada têm por dever exigir dos Poderes de Estado o foco da finalidade pública e a observância do interesse público na defesa dos direitos básicos e da qualidade da vida da população na construção de uma sociedade livre, justa e democrática. Para tanto, é necessário aprimorar as leis, cumprir os princípios administrativos, republicanos e democráticos, zelar pelas riquezas do país, garantir a ordem pública, fortalecer a justiça e consolidar a Paz Social no Brasil.
VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.
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