VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

VOTO DE CONFIANÇA

Eleições. Voto de confiança - Frank Alarcon, O Globo, 10/09/2010 às 13h56m; Artigo do leitor

Votar é o direito democrático de poder manifestar sua opinião acerca de algo. Não votar também seria um direito, daí que o voto obrigatório acaba sendo um contrassenso. Mas, já que somos obrigados a votar, quando o fazemos estamos dizendo que confiamos nesta pessoa como representante de nossas vontades para o futuro próximo. Em suma: o nosso eleito deve ser digno de confiança.

Inspirar confiança não é simples. Avaliamos a confiabilidade de alguém em função do número e do teor das mentiras que uma pessoa conta. É claro que nem sempre temos ciência de que uma dada pessoa conta mentiras. Como sabemos, o melhor mentiroso (assim como o crime perfeito) é aquele que jamais é descoberto.

Assim, avaliar um candidato à Presidência (ao Senado, à Câmara, etc.) segue de uma certa forma esse mesmo critério: o bom candidato é aquele que, além de competente, é o que menos mente (ou é pego em mentiras). Ideal mesmo seria se os nossos candidatos não mentissem jamais - o que constatamos, é uma utopia. Não deveríamos considerar como imprescindível atribuição de um bom político a habilidade em mentir.

A analogia é pertinente: ao consultamos um médico, estamos confiando em seu histórico de capacitação e sucessos. Também é importante para nós que esse médico seja assessorado por uma equipe competente e, igualmente, pouco ou nada mentirosa. Se descobrimos que um médico não é um médico de verdade (ou a enfermeira não é uma enfermeira), ficamos evidentemente temerosos de nos submeter a uma cirurgia com alguém que além de incapacitado, é mentiroso.

Confiar em um candidato deveria seguir os mesmos princípios: ele precisa ser competente e não pode ser mentiroso. Sua equipe precisa reunir naturalmente os mesmos atributos.

É claro que muitas vezes uma pessoa é competente porém mentirosa. Ou incompetente porém sincera. Temos a experiência real, e fartamente documentada pela imprensa, de presidentes competentes em algumas áreas da política mas mentirosos, coniventes ou lenientes em vários outros campos da moral. Para boa parte da sociedade, mentir e omitir tem a mesma gravidade ética. Não gostamos quando um médico nos omite um procedimento ou nos mente sobre algo que sabe.

Assim, se um candidato mente sobre seus diplomas e capacitações; mente ou faz omissões sobre seu passado conturbado; omite-se de forma conveniente frente a escândalos importantes; é assessorado por companheiros sabidamente suspeitos cujo passado e presente estão repletos de omissões, mentiras e desconversas; se um candidato viola repetidamente e deliberadamente a legislação vigente; se um candidato recusa-se a prestar esclarecimentos sobre sua conduta, propostas políticas e morais; se um candidato é protegido ou blindado por um grupo de pessoas que se utiliza de todos os mecanismos necessários e acessíveis para garantir sua vitória, pergunta-se: Este candidato é digno de confiança? Ele merece cuidar de você?

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Como comparar um médico com um político se o primeiro tem autonomia para decidir, enquanto que o outro depende da vontade do seu "cacique" e dos arranjos de cargos, vantagens, alianças e interesses corporativos?

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