VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

terça-feira, 5 de julho de 2011

CORPORATIVISMO - LÍDER DO PARTIDO DO MINISTRO TRATOU CRISE COM IRONIA


Líder do PR tratou crise com ironia - ZERO HORA 05/07/2011

Fiel aliado do governo, o PR tenta manter o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, apelando para sua numerosa bancada no Congresso. Além de manter 40 deputados e cinco senadores, o partido lidera uma frente parlamentar que, com outras sete legendas, soma 64 cadeiras na Câmara.

Nos bastidores, caciques do PR citaram à exaustão esse poder de barganha ontem, como forma de dar sustentação política ao ministro. Convocado para uma reunião no ministério no final da tarde, o líder da bancada do Senado, Magno Malta (ES), chegou a ironizar a crise vivida por Nascimento.

– Crise? Crise tem é na Seleção Brasileira – afirmou.

Os principais dirigentes do PR estão convencidos de que as informações publicadas pela revista Veja teriam saído de dentro do Planalto. A cúpula do ministério não esconde o desconforto com a frieza e, às vezes, rispidez com que Dilma trata o ministro. No governo Lula, quando ainda comandava a Casa Civil, ela teve embates duros com Nascimento, chegando a constranger o então colega sob os olhares do ex-presidente.

À frente da Presidência, Dilma continuou a esnobar o ministro. Assessores de Nascimento reclamam que não é raro a presidente despachar direto com o diretor de Infraestrutura Terrestre do Dnit, Hideraldo Caron, em vez de chamar o ministro ou mesmo o então diretor-geral da autarquia, Luiz Antonio Pagot.

DEVASSA NOS TRANSPORTES. Dilma mantém ministro e ordena auditoria em obras. Suspeitas sobre a pasta motivam oposição a trabalhar por CPI e convocação da cúpula do ministério - FABIANO COSTA E FÁBIO SCHAFFNER | BRASÍLIA, ZERO HORA 05/07/2011

Acossado por denúncias de corrupção que provocaram o afastamento de integrantes da cúpula dos Transportes, o ministro Alfredo Nascimento ganhou ontem uma sobrevida no cargo. Por determinação da presidente Dilma Rousseff, porém, a Controladoria-Geral da União (CGU) fará uma auditoria “aprofundada” em todas as licitações de obras do ministério.

A CGU afirma ainda que a pasta dos Transportes possui um “histórico” de irregularidades, mas tem demonstrado “esforço de melhoria” nos últimos anos.

Depois de ouvir explicações de Nascimento, a presidente Dilma Rousseff divulgou nota ontem, segundo a qual o governo “manifesta confiança” no ministro.

Auxiliares de Dilma creditam a permanência do ministro no cargo à força do PR no Congresso – onde tem 40 deputados e cinco senadores – e ao cuidado da petista para não melindrar o ex-presidente Lula, que o havia nomeado em 2007. No final de semana, senadores do PR, como Magno Malta (ES), teriam intercedido junto a Lula para evitar a demissão do ministro.

– Alfredo é senador e, ainda por cima, presidente do PR. Só que agora terá que dar respostas às denúncias e às cobranças do Planalto. Do contrário, não se segura – comenta um interlocutor de Dilma.

A decisão de manter Nascimento foi tomada pela manhã, em reunião da presidente com a coordenação do governo. No domingo, ele viajou às pressas a Brasília e teria dado explicações a Dilma. Segundo relato de um ministro com trânsito no Planalto, ela está enfurecida com as irregularidades na pasta e a demora na condução de obras, principalmente as do PAC.

– As prioridades da presidente, como a ponte sobre o Guaíba, demoram. Parecem não ser preocupação. Enquanto isso, projetos que não foram priorizados pelo governo, ganham força, com pressão por mais dinheiro – relata o ministro.

Apesar da manutenção de Nascimento no posto, Dilma não abriu mão da exoneração do diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot, do diretor-presidente da estatal de ferrovias Valec, José Francisco das Neves, e dois assessores diretos de Nascimento.

A decisão foi tomada ainda no sábado, após reportagem da revista Veja denunciar que o PR, partido do ministro e de Pagot, cobra propinas de 4% a 5% sobre os contratos da pasta com empreiteiras. A Nascimento caberá agora apurar as denúncias de corrupção. Ontem, ele passou a maior parte do dia em reuniões fora do ministério. No final da tarde, recebeu a cúpula do PR em seu gabinete.

As suspeitas sobre as obras tocadas pelo Dnit motivaram a oposição, que tentará ressuscitar uma CPI destinada a investigar o órgão, arquivada duas vezes desde 2009. O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) também prepara um requerimento convocando Nascimento e Pagot para depor na Comissão de Fiscalização e Controle do Senado e irá pedir que a Procuradoria-Geral da República investigue as denúncias.

– A apuração na área judicial é essencial para responsabilizarmos civil e criminalmente os eventuais envolvidos – defendeu Dias.

Nenhum comentário: