JOGO DE PALAVRAS - EDITORIAL ZERO HORA 22/07/2011
Por absoluto descaso com a transparência, o governo, partidos aliados com representantes nas prefeituras investigadas pela chamada Operação Cartola e a própria Polícia Civil envolveram-se num lamentável jogo de palavras que só serve para confundir a opinião pública. À sociedade, pouco importa se o que houve da parte do governador em relação às alegações de dirigentes municipais de eventuais excessos cometidos por servidores da área de segurança foi uma recomendação ou uma simples orientação, como vem sendo debatido. O que os gaúchos querem saber, de fato, é se a operação transcorreu nos padrões esperados nesses casos e quando o conteúdo das denúncias será divulgado.
Ao deflagrarem a iniciativa, com um aparato policial ostensivo, as autoridades de segurança provocaram a curiosidade dos cidadãos a respeito das acusações e a revolta dos prefeitos das comunidades investigadas. Diante da pressão, o governador e seus porta-vozes admitiram que talvez a polícia tenha exagerado na visibilidade e sugeriram mais discrição, o que obviamente desgostou os policiais.
Da mesma forma, é previsível que administradores municipais, pouco habituados a enfrentar a ação das autoridades, se sintam constrangidos perante os munícipes e acabem vendo excessos numa ação que pode ter sido apenas atípica. Ainda assim, isso não os autoriza a simplesmente contestar a operação, em vez de agirem com a transparência esperada nessas situações.
O que importa, no caso da população, é que as irregularidades sejam amplamente investigadas dentro da lei e que nada seja ocultado em nome de alianças políticas obscuras. Da mesma forma, uma vez confirmada alguma distorção, é preciso que os responsáveis sejam punidos e que o dinheiro eventualmente desviado possa retornar para os contribuintes, deixando clara a intenção dos órgãos de segurança de não permitir mais que esse tipo de deformação continue impune.
A Sociedade organizada têm por dever exigir dos Poderes de Estado o foco da finalidade pública e a observância do interesse público na defesa dos direitos básicos e da qualidade da vida da população na construção de uma sociedade livre, justa e democrática. Para tanto, é necessário aprimorar as leis, cumprir os princípios administrativos, republicanos e democráticos, zelar pelas riquezas do país, garantir a ordem pública, fortalecer a justiça e consolidar a Paz Social no Brasil.
VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.
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