VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

A COPA 2014 TEM MAIS PROBLEMAS DO QUE SOLUÇÕES

JORNAL DO COMÉRCIO 29/11/2013


EDITORIAL


Trazer a Copa do Mundo para o Brasil e os Jogos Olímpicos de 2016 foi uma decisão acertada. O que se critica é a falta de planejamento nas obras necessárias, principalmente quanto a valores, locais e à mobilidade urbana. Com a nossa folclórica burocracia, era certo que os atrasos ocorreriam. Foram discursos verborrágicos e demagógicos que redundaram na obviedade latina: atrasos. Agora, tivemos um desastre, com lamentáveis duas mortes de operários no estádio do jogo inaugural da Copa. É mais um percalço na longa lista do que vem acontecendo. O acidente – uma fatalidade - com um guindaste na Arena Corinthians em São Paulo é o problema mais recente - e talvez o mais grave para a imagem do País, na opinião de especialistas - no processo de organização da Copa do Mundo de 2014.

A lista de imprevistos, que inclui mortes, atrasos, manifestações e crimes, não impedirá a realização nem deverá causar maiores alterações da agenda do torneio do ano que vem. Porém, segundo analistas, pode até afastar torcedores estrangeiros. A imagem do Brasil como anfitrião do evento foi bastante prejudicada no exterior nas últimas duas semanas. Houve o acidente em Itaquera e dois arrastões contra banhistas nas praias do Rio de Janeiro. A cada semana, o Brasil produz uma notícia ruim e volta a ser visto como um país com falta de segurança.

A esperança é que, se não ocorrerem outros grandes tropeços até a data do torneio, especialmente no Rio de Janeiro, a cidade brasileira mais conhecida no exterior, os episódios negativos de agora devem ser esquecidos. Outra notícia também contribuiu para prejudicar a imagem do País: o anúncio de que 14 projetos de mobilidade, orçados em R$ 1,2 bilhão, foram retirados da matriz de responsabilidade da Copa. Foram descartados projetos para melhorias em portos, aeroportos e rodovias que perdurariam, beneficiando a população mesmo após o fim do torneio. Mesmo com tanto tempo para planejar, aconteceu algo desabonatório.

Notícias como essa aumentam o descontentamento de setores da sociedade, que - com alguma razão - criticam gastos que o País terá com a Copa do Mundo. Partidários dessa opinião têm manifestado esse descontentamento por meio de diversos protestos. Mas a Copa do Mundo ocorrerá de qualquer maneira, uma vez que passou o momento de pular fora. Ela pode ser bem-sucedida, e torcemos para que seja uma grande festa. Coroando tudo, que o Brasil seja campeão, é claro.

Além do acidente na Arena Corinthians, outras duas mortes foram registradas em obras de estádios que serão usados em jogos da Copa do Mundo de 2014. Em junho de 2012, o carpinteiro José Afonso de Oliveira Rodrigues, 21 anos, morreu ao cair de uma laje do Estádio Nacional de Brasília. Em março de 2013, o pedreiro Raimundo Nonato Lima Costa, 49 anos, morreu na construção do estádio de Manaus. Também foram registrados uma explosão na Arena da Baixada, em Curitiba no ano de 2012, e um princípio de incêndio na Arena Pantanal, em Cuiabá, em 2013. Simultaneamente, morreu Nilton Santos, considerado o maior lateral-direito da história do futebol. Mas, quando vivemos sem sonhar, não temos a consciência de que existimos. Então, vamos sonhar com o sucesso da Copa do Mundo.

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