VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

DIREITO Á VERDADE

ZERO HORA 11 de novembro de 2013 | N° 17611

PÁGINA 10 | ROSANE DE OLIVEIRA




Quem assistiu à entrevista de Fernanda Melchionna, Luciana Genro, Roberto Robaina e Pedro Ruas naquela tarde abafada de fevereiro de 2009, na sede do PSOL, saiu com a certeza de que eles tinham visto os vídeos supostamente gravados por Lair Ferst e que comprovariam o uso de caixa 2 na campanha de Yeda Crusius. A riqueza de detalhes e a afirmação de Ruas de que as cenas tinham qualidade de cinema davam credibilidade ao boato que circulava desde a semana anterior. Eram dois vereadores, uma deputada federal e o presidente de um partido avalizando uma informação que ninguém ousara publicar antes por falta de provas.

Quase cinco anos depois, vêm à tona três versões contraditórias do ex-vice-governador Paulo Feijó. Como mostra a reportagem de Carlos Rollsing, em depoimento ao Tribunal de Justiça, em 2011, Feijó diz que viu o vídeo e mostrou para os líderes do PSOL. À Justiça Federal de Santa Maria, nega ter visto qualquer imagem e ter mostrado o material ao PSOL. No contraponto à matéria publicada hoje, afirma que não mostrou nada, mas que soube que um ex-assessor teria exibido a gravação para Ruas e Luciana. E mais: que a responsabilidade pela divulgação é do vereador e da deputada.

O certo é que o tal vídeo nunca apareceu, Lair disse em juízo que não o tinha (e que se tivesse poderia ter ganho muito dinheiro, vendendo para pessoas ligadas ao governo Yeda). Luciana e Pedro Ruas invocaram a inviolabilidade do mandato para escapar do processo movido pelo empresário Humberto Busnello. Com razão, Busnello e o ex-secretário da Fazenda Aod Cunha sentiram-se atingidos em sua honra pela acusação de envolvimento em uma irregularidade jamais comprovada.

Aod foi o primeiro a desmentir categoricamente o recebimento de dinheiro de Busnello para a campanha de Yeda. Minutos depois da entrevista, disse que sequer conhecia Busnello à época da campanha. Como quem não deve não teme, foi cuidar da vida e hoje é um bem-sucedido executivo no setor privado.

O ex-vice-governador deve um esclarecimento definitivo. Qual dos depoimentos é o verdadeiro? Ou existe outra versão? Feijó pode ter esquecido detalhes, mas não a essência do que ocorreu no período em que foi candidato e, depois, vice-governador.

Busnello, Aod e Yeda têm direito à verdade. São pessoas públicas, que tiveram suas reputações atingidas por uma denúncia nunca comprovada.

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Aliás

O episódio do vídeo que nunca apareceu deveria servir como lição para líderes políticos pensarem 10 vezes antes de fazer uma denúncia sem provas.

Correção: Abgail Pereira não é a única secretária do PC do B no governo estadual como publicado na edição de ontem. O comunista Neio Lúcio Fraga é o titular da Secretaria do Meio Ambiente.

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