FÁBIO OSTERMANN, DIRETOR DO INSTITUTO DE ESTUDOS EMPRESARIAIS - ZERO HORA, 17/12/2011
Os recentes escândalos envolvendo o ministro Fernando Pimentel têm alimentado especulações sobre a real disposição da presidente Dilma em “cortar na própria carne”. Além disso, trazem à tona o debate sobre a necessidade de regulamentação do lobby no Brasil, defendida como a solução para os problemas de tráfico de influência e venda de favores públicos. O assunto é sério e, infelizmente, o buraco é mais embaixo.
O lobby, por si só, não é crime, por ser uma legítima manifestação das preferências da sociedade perante o poder público. Nos Estados Unidos, a atividade é protegida pelo “direito de petição”, contido na primeira emenda à Constituição. Foi lá que surgiu oficialmente a profissão de lobista, com a regulamentação da atuação de “intermediadores de interesses” que buscavam posicionar-se próximo às entradas de hotéis, restaurantes e demais locais por onde transitavam personalidades de influência política.
A regulamentação do lobby nos EUA foi um avanço, mas não acabou com a corrupção e nem pode levar o crédito pelo abismo que separa a realidade americana da brasileira, no que diz respeito às relações promíscuas entre público e privado. Da força das comissões (que geram especialização no trabalho dos legisladores), ao sistema de voto distrital (que aproxima o eleitor dos candidatos), passando pelo amplo poder da sociedade civil, os freios e contrapesos criados ao longo de mais de 200 anos de existência da República americana não criaram um sistema de governo perfeito, mas contribuem em muito para o baixo nível de corrupção em comparação com outros países de proporções continentais.
A regulamentação no Brasil incrementaria, sem dúvida, a transparência nas relações entre agentes públicos e interesses econômicos. Mas o país ganharia muito mais se buscasse uma melhor compreensão dos princípios da subsidiariedade, da transparência e da livre-iniciativa, sem os quais o desenvolvimento da democracia americana não teria sido possível.
A decantada “faxina” promovida por Dilma Rousseff tem sido não mais do que uma jogada de marketing. E assim seguirá sendo caso não seja atacada a verdadeira fonte do problema: o indevido tamanho e abrangência do Estado brasileiro. A excessiva concentração de fatores políticos altamente valorizados nas mãos de agentes públicos cria perigosos incentivos à corrupção e à “captura” de reguladores. Quando a compra e a venda de bens e serviços são controladas e amplamente influenciadas pela política, a primeira coisa a ser comprada e vendida são os próprios políticos.
A Sociedade organizada têm por dever exigir dos Poderes de Estado o foco da finalidade pública e a observância do interesse público na defesa dos direitos básicos e da qualidade da vida da população na construção de uma sociedade livre, justa e democrática. Para tanto, é necessário aprimorar as leis, cumprir os princípios administrativos, republicanos e democráticos, zelar pelas riquezas do país, garantir a ordem pública, fortalecer a justiça e consolidar a Paz Social no Brasil.
VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.
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