ZERO HORA 06 de maio de 2015 | N° 18154
EDITORIAIS
Mais de quatro meses depois da posse, os governantes gaúchos nada mais têm feito do que contar o dinheiro para pagar o funcionalismo e planejar medidas que não saem do papel. O Rio Grande já se convenceu de que os recursos são escassos e insuficientes para fazer frente às despesas. Os detalhados argumentos usados pelo governador e seus secretários já foram exaustivamente repetidos e bem assimilados pela população. Mas é infrutífera a insistência na retórica da terra arrasada, se nada for feito de concreto no sentido de subverter tal situação. A sensação, passado tanto tempo, é de que o Executivo foi capaz de identificar as causas e os danos causados pelo desajuste nas contas, mas não consegue ser substantivo no desejo de mudanças.
O balanço é desanimador. A percepção generalizada é de excesso de lamentações e de caravanas improdutivas. Também preocupam as recentes manifestações do primeiro escalão no sentido de preparar a população para soluções óbvias, como o aumento de tributos. Ampliar a carga tributária é transferir para o setor produtivo e para os consumidores, que direta ou indiretamente sustentam o Estado, os custos da incapacidade do setor público de encontrar outras soluções.
Alternativas previsíveis, como sobrecarregar a sociedade, sem cortar gastos na mesma proporção, são comprovadamente insuficientes. Mas o governo precisa finalmente dar forma às suas intenções, mesmo as que enfrentam resistência por serem impopulares ou, isoladamente, inócuas. Chegou a hora da ação, do anúncio efetivo e corajoso das medidas amargas mas necessárias para acabar com o clima de terrorismo.
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