REVISTA ISTO É N° Edição: 2373 | 23.Mai.15 - 10:18
Partidos oposicionistas elevam o tom das críticas ao governo e entram com uma ação criminal contra Dilma por pedaladas fiscais. É uma guinada no comportamento do bloco
A semana passada ficou marcada por uma mudança significativa na oposição ao governo Dilma Rousseff. Depois de alguns episódios de postura vacilante em relação às estratégias a serem adotadas, os partidos contrários à administração petista subiram o tom das críticas e tomaram medidas concretas para se contrapor ao Palácio do Planalto. Em momentos distintos, os oposicionistas abandonaram a cautela, afinaram o discurso e apontaram o dedo para os erros em série cometidos pelo governo federal. Nesses movimentos, mostraram alternativas para livrar o País de sucessivos solavancos políticos e buscar a retomada do caminho do crescimento econômico. O lance mais impactante foi a guinada de discurso do PSDB no programa levado ao ar em cadeia de rádio e televisão na noite de terça-feira 19. Liderados pelo presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), os tucanos passaram a cobrar publicamente a investigação das responsabilidades da presidente Dilma Rousseff no escândalo de corrupção da Petrobras. “Para acabar com a corrupção, é preciso que a Justiça investigue a fundo. O Brasil precisa saber quem roubou, quem mandou roubar e quem, sabendo de tudo isso, se calou”, afirmou Aécio.
"O Brasil precisa saber quem roubou, quem mandou roubar
e quem, sabendo de tudo isso, se calou"
Aécio Neves, presidente do PSDB
O mais contundente ataque ao petismo, no entanto, partiu do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Ironizando um bordão lançado pelo ex-presidente Lula, seu sucessor, FHC disse que “nunca antes na história desse País se roubou tanto em nome de uma causa”. A tribuiu a Lula a origem da atual crise vivida pelo Brasil. “A raiz da crise atual foi plantada bem antes da eleição da atual presidente. Os enganos e desvios começaram já no governo Lula”. Tratou-se de uma inflexão no discurso de FHC. Nos últimos meses, quando o PSDB ensaiou ações mais bruscas – por exemplo, para questionar a lisura da reeleição de Dilma -, FHC preferiu adotar uma linha mais moderada. No programa da semana passada, foi diferente.
ARTILHARIA TUCANA
Exibido na terça-feira 19, programa do PSDB vinculou a atual
crise econômica aos desmandos do governo do PT
Numa outra frente de atuação, a oposição demonstrou união ao decidir fustigar o governo na Justiça. Depois de receber um parecer elaborado pelo jurista Miguel Reale Júnior com a conclusão de que ainda não há elementos suficientes para um pedido de impeachment contra a presidente, os partidos que não se alinham com o Planalto resolveram adotar outra estratégia. Nesta terça-feira 26, as legendas oposicionistas vão protocolar na Procuradoria Geral da República, uma ação de crime comum contra a presidente Dilma. O anúncio foi feito na quinta-feira 21 após decisão conjunta do PSDB, PPS, DEM, PSC e Solidariedade. A justificativa para a medida são as pedaladas fiscais, expressão usada para definir o uso de recursos dos bancos públicos para pagar benefícios sociais como forma de maquiar o mau resultado das contas do governo em 2014. Para o TCU, não há dúvida de que o governo Dilma Rousseff incorreu, de fato, em crime de responsabilidade fiscal, ao utilizar recursos de bancos públicos para inflar artificialmente seus resultados e melhorar as contas da União. Nos cálculos do TCU, mais de R$ 40 bilhões foram sacados pelo governo das contas do Banco do Brasil, Caixa e BNDES, para engordar a contabilidade fiscal e se aproximar da meta de superávit primário, a economia feita para o pagamento dos juros da dívida pública. “Há um descumprimento de lei. Um banco público não pode emprestar dinheiro para o governo. É como se você estivesse devendo no seu cheque especial, e o governo não pode ter esse cheque especial”, disse o relator do processo do TCU, José Múcio. A representação pode resultar no afastamento da presidente da República do cargo caso o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ofereça denúncia ao STF e a Câmara dos Deputados autorize a abertura da ação penal. Nesse caso, Dilma seria afastada por até 180 dias.
"Nunca antes na história desse País se roubou tanto em nome de uma
causa. Os enganos e desvios começaram já no governo Lula"
Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República
A postura da oposição incomodou o PT mais do que das outras vezes. Além de convocar a militância para abarrotar as redes sociais com mensagens contra os tucanos, os petistas decidiram acionar o PSDB na Justiça por causa do programa exibido na semana passada.
Partidos oposicionistas elevam o tom das críticas ao governo e entram com uma ação criminal contra Dilma por pedaladas fiscais. É uma guinada no comportamento do bloco
A semana passada ficou marcada por uma mudança significativa na oposição ao governo Dilma Rousseff. Depois de alguns episódios de postura vacilante em relação às estratégias a serem adotadas, os partidos contrários à administração petista subiram o tom das críticas e tomaram medidas concretas para se contrapor ao Palácio do Planalto. Em momentos distintos, os oposicionistas abandonaram a cautela, afinaram o discurso e apontaram o dedo para os erros em série cometidos pelo governo federal. Nesses movimentos, mostraram alternativas para livrar o País de sucessivos solavancos políticos e buscar a retomada do caminho do crescimento econômico. O lance mais impactante foi a guinada de discurso do PSDB no programa levado ao ar em cadeia de rádio e televisão na noite de terça-feira 19. Liderados pelo presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), os tucanos passaram a cobrar publicamente a investigação das responsabilidades da presidente Dilma Rousseff no escândalo de corrupção da Petrobras. “Para acabar com a corrupção, é preciso que a Justiça investigue a fundo. O Brasil precisa saber quem roubou, quem mandou roubar e quem, sabendo de tudo isso, se calou”, afirmou Aécio.
"O Brasil precisa saber quem roubou, quem mandou roubar
e quem, sabendo de tudo isso, se calou"
Aécio Neves, presidente do PSDB
O mais contundente ataque ao petismo, no entanto, partiu do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Ironizando um bordão lançado pelo ex-presidente Lula, seu sucessor, FHC disse que “nunca antes na história desse País se roubou tanto em nome de uma causa”. A tribuiu a Lula a origem da atual crise vivida pelo Brasil. “A raiz da crise atual foi plantada bem antes da eleição da atual presidente. Os enganos e desvios começaram já no governo Lula”. Tratou-se de uma inflexão no discurso de FHC. Nos últimos meses, quando o PSDB ensaiou ações mais bruscas – por exemplo, para questionar a lisura da reeleição de Dilma -, FHC preferiu adotar uma linha mais moderada. No programa da semana passada, foi diferente.
ARTILHARIA TUCANA
Exibido na terça-feira 19, programa do PSDB vinculou a atual
crise econômica aos desmandos do governo do PT
Numa outra frente de atuação, a oposição demonstrou união ao decidir fustigar o governo na Justiça. Depois de receber um parecer elaborado pelo jurista Miguel Reale Júnior com a conclusão de que ainda não há elementos suficientes para um pedido de impeachment contra a presidente, os partidos que não se alinham com o Planalto resolveram adotar outra estratégia. Nesta terça-feira 26, as legendas oposicionistas vão protocolar na Procuradoria Geral da República, uma ação de crime comum contra a presidente Dilma. O anúncio foi feito na quinta-feira 21 após decisão conjunta do PSDB, PPS, DEM, PSC e Solidariedade. A justificativa para a medida são as pedaladas fiscais, expressão usada para definir o uso de recursos dos bancos públicos para pagar benefícios sociais como forma de maquiar o mau resultado das contas do governo em 2014. Para o TCU, não há dúvida de que o governo Dilma Rousseff incorreu, de fato, em crime de responsabilidade fiscal, ao utilizar recursos de bancos públicos para inflar artificialmente seus resultados e melhorar as contas da União. Nos cálculos do TCU, mais de R$ 40 bilhões foram sacados pelo governo das contas do Banco do Brasil, Caixa e BNDES, para engordar a contabilidade fiscal e se aproximar da meta de superávit primário, a economia feita para o pagamento dos juros da dívida pública. “Há um descumprimento de lei. Um banco público não pode emprestar dinheiro para o governo. É como se você estivesse devendo no seu cheque especial, e o governo não pode ter esse cheque especial”, disse o relator do processo do TCU, José Múcio. A representação pode resultar no afastamento da presidente da República do cargo caso o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ofereça denúncia ao STF e a Câmara dos Deputados autorize a abertura da ação penal. Nesse caso, Dilma seria afastada por até 180 dias.
"Nunca antes na história desse País se roubou tanto em nome de uma
causa. Os enganos e desvios começaram já no governo Lula"
Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República
A postura da oposição incomodou o PT mais do que das outras vezes. Além de convocar a militância para abarrotar as redes sociais com mensagens contra os tucanos, os petistas decidiram acionar o PSDB na Justiça por causa do programa exibido na semana passada.
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