VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

APOSTANDO NA MOROSIDADE DO JUDICIÁRIO E NO ESQUECIMENTO DOS ELEITORES


ZERO HORA 05 de fevereiro de 2013 | N° 17334

PÁGINA 10 | LETÍCIA DUARTE (Interina)

Mãos amigas

O deputado Eliseu Padilha vibrou. Estava em um almoço na casa do Michel, o vice-presidente da República, Michel Temer, ontem, depois de votar, quando confirmou pela televisão que os últimos dias de corpo a corpo intenso realizado em prol da eleição de Henrique Eduardo Alves como presidente da Câmara dos Deputados haviam garantido a vitória em primeiro turno de seu candidato, com 271 votos.

O senador Pedro Simon lamentou. De sua casa de praia em Rainha do Mar, no litoral gaúcho, soube com desgosto que o grupo que controla o partido, com práticas que define como “toma lá, dá cá”, havia conseguido mais um naco de poder: depois da vitória de Renan Calheiros, no Senado, o PMDB chegava ao comando da Câmara, com dois presidentes que têm em comum a longevidade no poder e as investigações que pairam sobre suas cabeças por suspeitas de corrupção.

As diferentes interpretações são uma amostra de como, apesar de ter ampliado seu poder no Congresso, o PMDB está ao mesmo tempo dividido por uma evidente desmoralização ética. Não que isso faça muita diferença no jogo de poder, tão nivelado por baixo, com a democratização do fisiologismo, da corrupção, do caixa 2.

Defensores de Henrique Alves e de Renan Calheiros dizem que nenhum dos dois foi condenado. Apelam para a presunção da inocência. Apostam na morosidade da Justiça e no esquecimento dos eleitores. Sabem que as críticas da maioria dos colegas não passam de gritos para a torcida.

Não é por acaso que Henrique Alves e Renan Calheiros resistem a tantas décadas na arena política do Congresso. Talentosos articuladores políticos e exímios conhecedores da máquina governamental, oferecem a mão amiga sempre que os colegas necessitam, especialmente os do baixo clero. Ninguém quer se indispor com aqueles que distribuem favores para conseguir liberar uma emenda com o Executivo, para conseguir uma audiência com o ministro. Na hora da votação, eles cobram a conta. E o governo dá a sua bênção, acreditando que é melhor ter o PMDB como aliado do que como inimigo, ainda mais em ano pré-eleitoral.

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