ZERO HORA 07 de julho de 2015 | N° 18217
EDITORIAIS
A retração da atividade econômica livrou os brasileiros de problemas mais sérios no fornecimento de energia elétrica, já que o consumo diminuiu acentuadamente. Ainda assim, os consumidores vêm pagando em média uma tarifa 58% superior à de 2013, em consequência principalmente da incapacidade do poder público de levar adiante projetos nessa área com um mínimo de eficiência. O ônus, que recai tanto sobre pessoas físicas quanto jurídicas, é uma razão suficiente para reforçar a cobrança por um pouco mais de planejamento na área energética.
Uma das razões para o susto que as contas de luz vêm provocando é o fato de, sem água suficiente para movimentar as hidrelétricas, o governo federal ter recorrido às termelétricas, que têm um custo de geração bem superior. A diferença no preço, que nos últimos anos vinha sendo bancada pelo Tesouro, em prejuízo de outras áreas essenciais, foi transferida agora diretamente para o consumidor. O agravante é que, para economizar as represas, o poder público pretende manter as usinas térmicas em funcionamento por mais tempo.
Reportagem do programa televisivo Fantástico do último domingo cita a usina térmica de Uruguaiana como um exemplo típico de incompetência gerencial. Inaugurada em 2001, a termelétrica teve o fornecimento de gás suspenso em 2008 pela Argentina. Hoje, já é discutida até mesmo sua mudança para outra região com oferta de gás, a um custo incalculável.
Normalmente executadas a longo prazo, usinas elétricas precisam sempre ser submetidas a um cronograma rigoroso, independentemente de quem esteja no poder. É essa a questão que precisa ser cobrada permanentemente dos governantes.
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