JORNAL DO COMERCIO 31/07/2015
Eraldo Vasconcelos de Souza
Pensava-se que o Brasil era um país em que tudo é possível, slogans famosos venderam essa ideia ao povo, começando por Pero Vaz de Caminha, com a afirmação de que: "aqui, em se plantando, tudo dá", passando por JK, que não mediu esforços e recursos para fazer grandes mudanças no país num período de cinco anos, enquanto o normal seria cinquenta anos. Já os presidentes do regime militar tentaram extirpar as mazelas sociais por decreto ou imposição: "Brasil, ame-o ou deixe-o". Presidentes pós-regime militar adotaram planos econômicos, tendo como resultado o fracasso e um custo muito grande à sociedade brasileira. Em todos esses períodos, o setor público sempre foi maltratado por gestores ineficientes e incompetentes. Hoje, vemos a coisa pública cambaleante, à beira da insolvência, que não consegue nem suprir seu próprio custeio, que não faz o mínimo pelo social, tudo porque foi sangrado de tal forma que os recursos se esvaíram. Prefeituras, estados e União estão à beira de um colapso. Diariamente notícias desnudam uma realidade que estava escrita para acontecer, acabaram os recursos, sugaram tudo o que podiam da mãe máquina pública, hoje não tem recursos nem para manter hospitais atendendo o mais primordial dos serviços que é a saúde. A pressão popular para que o Estado cumpra com seus compromissos é cada dia maior, funcionalismo público querendo aumento, hospitais fechando, estradas em péssimo estado, máquina pública sucateada e tudo isso depende de dinheiro, mas a pergunta é: de onde virá esse dinheiro? Posso afirmar que não tem mais mágica, pois a realidade que está exposta é muito dura, estamos pagando pela inoperância e incompetência de gestores públicos e políticos que, ao longo da história, nos conduziram a tal situação, pessoas essas que deveriam estar presas, acusadas de cometer crime hediondo, o mínimo para quem assume administrar a coisa pública de má-fé ou sem competência.
Economista, consultor em gestão empresarial
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