VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

sexta-feira, 31 de julho de 2015

PARLAMENTARISMO PARA O BRASIL




ZERO HORA 31 de julho de 2015 | N° 18243


ANTÔNIO AUGUSTO MAYER DOS SANTOS*



Nove governos autoritários. Três períodos ditatoriais. Seis dissoluções do Congresso Nacional. Vinte rebeliões militares. Doze estados de sítio. Sete Constituições. Três renúncias. Um impeachment. Dezenas de cassações, desaparecimentos e exílios. Aniquilamento de direitos, universidades e partidos políticos. Três presidentes impedidos de tomar posse e cinco depostos. Nos últimos 85 anos, entre os civis eleitos diretamente, apenas três concluíram os seus mandatos.

Eis algumas aberrações do presidencialismo absolutista brasileiro. O saldo do sistema que jamais proporcionou uma estabilidade institucional prolongada ao país é vergonhoso. Evidentemente que não é possível atribuir-lhe todos os tropeços. Nem aos propagandistas republicanos. Antes pelo contrário. O Manifesto de 1870 calcou a sua argumentação no governo de gabinete. O positivismo de Comte é que veio na garupa do golpe que baniu a monarquia e desvirtuou a proposta. Deu nisso que tem dado.

Não se diga que nos países parlamentaristas não ocorrem crises ou que não haja corrupção, desmandos e inflação.

Há sim. A diferença é que neles a legitimidade e credibilidade para o exercício do poder são mais bem preservadas. Funciona assim porque primeiros-ministros lideram governos executando diretrizes amplamente respaldadas e presidentes ou monarcas representam Estados sem teias partidárias. A autonomia nas funções, além de impedir a concentração de domínios que caracteriza o presidencialismo, valoriza a atividade fiscalizatória do Legislativo. Enquanto nos governos de gabinete os equívocos são defenestrados pela moção de desconfiança, nos presidencialistas o país tem que aturar a desidratação do mandato de quem venceu a eleição até que a próxima se realize.

Na essência, o modelo presidencial instiga a rivalidade entre poderes e o parlamentarista promove integração. Aquele depende de alianças vacilantes, o outro se assenta em maiorias estáveis. Contudo, a vantagem mais eloquente do parlamentarismo é possibilitar que os governos considerados bons durem o tempo necessário e os duvidosos terminem antes do prazo. Melhor para o povo. Parlamentarismo para o Brasil.


*Advogado

Um comentário:

Fulvio Lessa da Rosa disse...

Concordo plenamente com a opinião do Ilustre Articulista. A reforma política necessária é a adoção do Regime Parlamentarista. Esse sistema, tenho convicção, é capaz de nos de devolver a credibilidade na política. Precisamos difundi-lo mais. Quando os jovens o conhecem, ficam encantados!!