ZERO HORA 21 de julho de 2015 | N° 18233
EDITORIAIS
No momento em que a política parece encontrar-se num beco sem saída, com suspeitas que envolvem até mesmo a presidência da Câmara, merecem atenção manifestações sensatas, como as de que é preciso olhar menos para as denúncias em si e mais para o fato de estarem sendo investigadas. O país não pode permitir que um impasse político dessas proporções possa derivar para uma crise institucional. Mesmo no calor das denúncias, o que importa é o funcionamento pleno das instituições, com o cumprimento de suas atribuições constitucionais assegurado.
Duas manifestações recentes de líderes políticos merecem particular atenção pela sensatez. Uma delas é a do decano da Câmara Federal, deputado Miro Teixeira (Pros- RJ), para quem a apuração de episódios de corrupção representa um aspecto positivo da democracia, ao contrário dos próprios fatos. Outra é a do vice-presidente Michel Temer, que vê o país passando por “um momento de depuração”.
O combate à corrupção, na maioria das vezes associada ao financiamento de campanhas, impõe consequências pesadas no âmbito político e também no econômico, particularmente no caso da operação Lava-Jato. Daí a importância de que organismos como a Polícia Federal, o Ministério Público e o Judiciário, além do Tribunal de Contas, possam atuar sempre com independência.
O fortalecimento da política e da ética nacional depende da capacidade das instituições de investigar e responsabilizar eventuais envolvidos em irregularidades. O país irá demonstrar que é capaz de sair mais forte desses episódios se, ao final, reduzir o espaço para a prática de qualquer tipo de corrupção.
Nenhum comentário:
Postar um comentário