ZERO HORA 16 de julho de 2015 | N° 18228
EDITORIAIS
São legítimas as manifestações dos servidores públicos que lotaram as galerias da Assembleia e protestaram contra o congelamento de seus salários, exibindo forcas simbólicas. Faz parte da democracia. Mas a forca, no seu sentido prático de arrocho de ganhos e gastos, atinge todos os gaúchos, tanto na forma de deterioração dos serviços públicos, que já é visível em algumas áreas, quanto na forma de elevação de tributos, prevista para breve. Esse rigor extremado só terá algum sentido e poderá assegurar resultados práticos se for compartilhado por todos, indistintamente. O sacrifício agora imposto aos servidores será, fatalmente, estendido aos contribuintes.
Ninguém imagina um cenário de facilidades para os próximos meses diante da perspectiva de os servidores ficarem sem reajuste no próximo ano e, em alguns casos, da incerteza em relação a parcelas de aumento aprovadas ainda no governo anterior. Ainda assim, não há como admitir que reações previsíveis possam levar um Estado da importância do Rio Grande do Sul a insistir em orçamentos fantasiosos, na base de contas que não fecham.
Independentemente das ressalvas de representantes de corporações de servidores dos três poderes, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) aprovada agora tem o mérito de acenar com realismo contábil daqui para a frente. Esse pode ser o primeiro passo para que, mais adiante, o Tesouro gaúcho retome finalmente sua capacidade de agir em favor das demandas de cidadãos em áreas nas quais a presença do Estado é decisiva. Por isso, no momento em que a “forca” atemoriza a todos, o governo precisa ficar atento aos efeitos, mas não pode roer a corda.
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