VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

sábado, 18 de julho de 2015

REAÇÃO DESCABIDA




ZERO HORA 18 de julho de 2015 | N° 18230


EDITORIAIS




É evidente o tom de retaliação do senhor Eduardo Cunha ao anunciar que a partir de agora deixa de ser aliado do governo, porque este teria participado de uma estratégia para desmoralizá-lo. Foi assim que, ao sentir-se atingido pela denúncia de um dos principais delatores que subtraíam recursos da Petrobras, o presidente da Câmara decidiu atacar o Executivo e insinuar até mesmo uma ruptura entre Legislativo e Executivo. Ora, Eduardo Cunha não é o Congresso e não pode ter a pretensão de dispor do importante cargo que ocupa para fazer ameaças. É um exagero que o deputado, fragilizado pelas investigações da Lava-Jato, considere-se um líder capaz de arregimentar a maioria dos colegas também para a campanha de desqualificação de outras instituições.

O peemedebista é apenas um presidente eleito por manobras corporativas e fisiológicas, num contexto de total desequilíbrio nas relações entre os poderes, como represália ao governo que até bem pouco tempo apoiava. Desde então, vem fazendo uso do cargo de forma quase arbitrária, recorrendo a truques regimentais para impor pautas e repetir votações. É absurda sua tentativa de responsabilizar o Planalto pela ação independente do Ministério Público e da Polícia Federal, até porque o próprio governo está, por seus prepostos na Petrobras, sob investigação.

O senhor Eduardo Cunha tem o direito de se defender e até de questionar a prerrogativa da Justiça Federal de tomar depoimentos de delatores contra políticos. O que ultrapassa os limites do direito é o ataque generalizado aos que o investigam, como se o chefe de uma das casas legislativas tivesse o poder de controlar os atos de autoridades e de órgãos autônomos e independentes. O que os brasileiros desejam, ao fim dessa depuração dolorosa pela qual está passando a administração pública, é o fortalecimento das instituições, para que sua ações livrem o país dos maus políticos, estando eles no Executivo ou no Legislativo.

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