JORNAL DO COMÉRCIO 20/07/2015
Sérgio Kaminski
Dia após dia, fatos novos quantificam valores obtidos desonestamente e utilizados em campanhas políticas para os mais altos cargos do País. Que as investigações em andamento tenham vida longa e punição exemplar!
O indivíduo que é imoral possui conhecimento das regras da moral (do latim moralis - comportamento aceitável na sociedade), mas ainda assim pratica atos que são repelidos pela sociedade onde vive. O recebimento de apoio financeiro com registro não isenta a origem fétida dos valores. Os candidatos que assim recebem, por tal ato já se mostram desqualificados para o exercício de mandato em nome do povo. A contribuição privada traz consigo o interesse pontual e perverso de quem "generosamente" o faz. E, quando faz, logo ali adiante vai buscar de volta o capital aplicado, com alta remuneração.
A imoralidade legalizada no Brasil é um mal que deve ser repelido por cada um de nós ao longo de cada dia. Acima do bem de todos paira o interesse mesquinho, egoísta e mal cheiroso de quem dá e de quem recebe. A contribuição privada deve, sim, imperiosamente, ser impedida para uso em financiamento de campanhas eleitorais. O candidato eleito já chega na cadeira do plenário ou executivo com cheiro de sapato pisado em cocô de gato...
No Poder Executivo, assim eleito, a praxe é a entrega de cargos e funções, independente de conhecimento e preparo, na razão direta do apoio e das estapafúrdias coligações. Leigos e despreparados para a responsabilidade que lhes é outorgada, causam verdadeira devastação onde exercem sua "liderança", tal qual erva daninha na lavoura. O publicitário Ciro Pellicano escreveu, com ironia, o que hoje é verdade absoluta, que "A maior contribuição que muitos políticos podem dar ao Brasil é perder as eleições". Até quando a frondosa árvore Brasil terá seiva suficiente para alimentar tal tipo de gente?
Empresário
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