VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

quarta-feira, 15 de julho de 2015

AMOSTRA DA TENSÃO QUE ESTÁ POR VIR


(Ricardo Duarte/Agencia RBS)
ZERO HORA 15 de julho de 2015 | N° 18227


POLÍTICA MAIS | Rosane de Oliveira




O que se viu ontem na votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias foi apenas o primeiro confronto entre a oposição e o governo de José Ivo Sartori. Os ânimos devem se acirrar no segundo semestre, quando serão votados projetos bem mais polêmicos. Com as galerias lotadas, os deputados adversários se revezaram na tribuna para condenar o congelamento de salários, previsto na LDO, e incitar os servidores públicos à greve.

Os deputados do PT, do PC do B, do PSOL e do PTB tentaram até a última hora retirar do projeto a previsão de uma correção de 3% para a folha de pagamento, índice que cobre apenas o crescimento vegetativo. Não contempla sequer o pagamento dos reajustes parcelados até 2018, aprovados no governo anterior para os servidores da área da segurança. Questionado no programa Gaúcha Atualidade sobre o pagamento desses reajustes, o secretário do Planejamento, Cristiano Tatsch, desconversou. Garantiu apenas que está assegurado o pagamento da próxima parcela, que entra em vigor em novembro.

Nos bastidores, está em discussão a possibilidade de propor à Assembleia um projeto postergando em dois anos o pagamento das parcelas restantes do reajuste da segurança. O adiamento só será possível se a Assembleia aprovar essa hipótese. Do contrário, cria-se um passivo como o da Lei Britto, aumento suspenso sem a aprovação de uma lei.

Os deputados da base governista, convém lembrar, votaram a favor de todos os aumentos propostos pelo governo Tarso Genro, mesmo sabendo que não havia dinheiro para pagar. Para não ficar mal com os servidores, aprovaram projetos que hoje consideram irresponsabilidade fiscal. Em outras palavras, foram populistas.

Os deputados de oposição se comportam como se o governo passado tivesse saneado as finanças. Esquecem que Tarso só conseguiu pagar salários em dia porque usou quase R$ 6 bilhões dos depósitos judiciais, repassou para o custeio dinheiro de financiamentos obtidos para investimento e deixou contas para o sucessor pagar.



VITÓRIA EM SILÊNCIO



O tradicional troca-troca de posições entre os partidos que ora estão na oposição, ora estão no governo, foi mais uma vez demonstrado na sessão de ontem da Assembleia. A oposição, liderada pelo PT, promoveu um monólogo na tribuna que se estendeu pela tarde e alcançou a noite. Pressionados pelo público das galerias, os governistas silenciaram. Apenas por volta das 21h, quando os sindicalistas já haviam esvaziado o local, integrantes da base governista subiram à tribuna.

– Da mesma forma que, no ano passado, os deputados que estavam no governo não falavam, alguns colegas preferiram não se manifestar – minimizou Alexandre Postal (PMDB).

O silêncio em plenário, porém, não se repetiu nos bastidores. Apesar da pressão das corporações, que marcaram presença na votação, o governo conseguiu articular a sua base no primeiro projeto mais importante para o Piratini. O PDT, que tem dado sinais de rebeldia, foi fiel a Sartori.

– Isso (a LDO) não é nada perto do que teremos de votar. Se não aprovássemos isso, não aprovaríamos mais nada – diz um deputado da base, projetando as votações mais polêmicas, como aumento de impostos.



PDV NÃO ESTÁ NOS PLANOS

Engana-se o deputado Jeferson Fernandes (PT), que prevê um novo Plano de Demissão Voluntária (PDV) no Estado, nos moldes do que foi adotado no governo de Antônio Britto (PMDB). A hipótese de um PDV não está no cardápio de opções do governador José Ivo Sartori. Por três motivos:

1. O Estado não tem dinheiro para oferecer incentivo à demissão;
2. Nos planos de demissão voluntária, existe o risco de saírem os bons servidores e ficarem os menos produtivos;
3. O governo reconhece que há carência de servidores em algumas áreas, como a da segurança pública.


Aliás
Pela primeira vez em muitos anos, o PTB na Assembleia é oposição. Nos discursos e na votação da LDO, os deputados do PTB se alinharam com o PT e reclamaram da falta de negociação com os servidores e com os outros poderes.


ATIVISTAS DO BLOCO DE LUTAS, QUE ANDAVAM SUMIDOS, VOLTARAM A APARECER ONTEM NA VOTAÇÃO DA LDO, NA ASSEMBLEIA. ENTRE ELES, ESTAVAM ALGUNS DOS INDICIADOS PELA POLÍCIA POR CRIMES COMETIDOS EM PROTESTOS.

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