ZERO HORA 01 de agosto de 2015 | N° 18244
DEBORA ELY
SALÁRIO DO FUNCIONALISMO ESTADUAL
Servidores estaduais batizaram a próxima segunda-feira de Dia da Indignação: data em que serviços essenciais serão paralisados ou reduzidos em razão da mobilização do funcionalismo. Definido em assembleia na quarta passada, o movimento ganhou maior adesão ontem, quando a expectativa de que salários seriam parcelados se confirmou.
A Federação Sindical dos Servidores no Estado (Fessergs) estima que em torno de 50 entidades participarão da paralisação. O impacto, porém, só poderá ser mensurado na segunda-feira, já que, mesmo que haja orientação dos sindicatos de parar, não é possível dimensionar quantos servidores irão, de fato, cruzar os braços.
– O sentimento de revolta é tão grande que, se déssemos a palavra para que a greve saísse hoje, ela sairia – disse o presidente da Fessergs, Sérgio Arnoud.
Entre as áreas afetadas pelo movimento, a mais sensível promete ser a da segurança pública. Servidores da Brigada Militar e do Corpo de Bombeiros decidiram pelo aquartelamento na segunda-feira em todo o Estado. Somente ocorrências consideradas de urgência devem ser atendidas. Em uma nota, entidades chegaram a pedir que a população permaneça em casa.
VOLTA ÀS AULAS DEVE SER ADIADA
Constitucionalmente, militares são proibidos de suspender atividades, mas o presidente da Associação dos Cabos e Soldados da Brigada Militar, Leonel Lucas, defende não se tratar de paralisação, mas, sim, de redução das atividades.
Policiais civis também devem engrossar a mobilização, conforme o presidente do sindicato que representa os agentes, Issac Ortiz. Só devem ser registradas ocorrências de crimes contra a vida. A Associação dos Delegados de Polícia do Rio Grande do Sul orientou que o atendimento seja limitado aos casos de flagrante ou situações de “maior gravidade”.
Com o prenúncio de transtornos, a Secretaria da Segurança Pública do Estado informou que “possui plena confiança de que o efetivo manterá o atendimento à população” e que “avaliará cada caso antes de tomar uma decisão”.
Nas escolas, a volta das férias, marcada para segunda-feira, deve ser adiada. O Cpers-Sindicato diz que as unidades estarão fechadas e que não haverá aulas. Prevendo adesão quase total do magistério, a entidade orienta pais e alunos a não irem às escolas.
Entre terça-feira e o próximo dia 18 – quando está marcada uma assembleia geral das categorias para avaliar uma greve unificada –, o Cpers orienta os professores a reduzirem um ou dois períodos de aula a cada dia e utilizarem o horário para explicar a “conjuntura” à comunidade escolar.
Nesta sexta-feira, um grupo de funcionários saiu em passeata pela Avenida Borges de Medeiros, em Porto Alegre, e bloquearam a via por uma hora. Na segunda, a partir das 8h30min, se concentrarão em frente ao Centro Administrativo – que deve ter as portas fechadas pelos manifestantes.
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