VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

sábado, 1 de agosto de 2015

CENÁRIO PRONTO PARA MEDIDAS DURAS



ZERO HORA 01 de agosto de 2015 | N° 18244


POLÍTICA + | Juliano Rodrigues



A confirmação do parcelamento dos salários dos servidores que recebem acima de R$ 2.150 abriu caminho para que o governo do Estado, enfim, envie à Assembleia o pacote de medidas estruturais em elaboração desde o início do ano. Apesar de todo o desgaste político criado pela iniciativa, que afeta diretamente a vida de milhares de pessoas, a economia e os serviços públicos, o ambiente de terra arrasada pode auxiliar o Piratini a aprovar os projetos que julga necessários para equilibrar as finanças a longo prazo. Entre eles, o aumento das alíquotas de ICMS e a reforma da previdência do Estado.

Além do tarifaço nos impostos sobre energia elétrica, combustíveis, telecomunicações, bebidas alcoólicas, fumo, cosméticos e TV a cabo, que será encaminhado na sexta-feira, o governador José Ivo Sartori vai propor o aumento da margem de uso dos depósitos judiciais (dinheiro das partes em litígio em processos, que fica sob guarida do Estado), de 85% para 95% do saldo da conta. Isso deve fornecer fôlego imediato para o pagamento dos salários nos próximos meses, embora a tendência seja de que os servidores passem a conviver com incerteza sobre os seus vencimentos.

A sequência de acontecimentos dos últimos meses mostra que o governo Sartori calculou de forma estratégica como a crise seria conduzida e as alternativas financeiras esgotadas até redundar no pacotaço de medidas impopulares. Com o cenário de atraso de salários, no pagamento da dívida (com perspectivas pessimistas para a quitação da parcela) e possibilidade real de greve no funcionalismo, as propostas podem convencer os deputados de que há, de fato, uma situação muito difícil.

O que pode dificultar a vida de Sartori na Assembleia é a demora na apresentação das propostas e o tempo escasso para a sua discussão. Aliados importantes, como PP e PDT, já deixaram claro que não será fácil convencê-los a votar a favor de aumento de impostos. Os projetos vão tramitar em regime de urgência, forçando a votação em 30 dias. Resta saber se o tempo será suficiente para vencer as resistências da base aliada e da sociedade. Para convencer alguém a aderir a uma ideia do tipo, será necessário mais do que um vídeo nas redes ou um pronunciamento sem direito ao contraditório.



ALIÁS


Por que o governo, que raspa a conta dos depósitos judiciais desde janeiro, deixou para apresentar em agosto o projeto que aumenta o limite de uso desses recursos?

ANÚNCIO TERCEIRIZADO



Em um gesto questionado, o governador José Ivo Sartori terceirizou ao secretário da Fazenda, Giovani Feltes, a responsabilidade de anunciar a mais dura medida adotada por seu governo. Apenas no início da tarde de ontem, quando os servidores já haviam retirado extratos bancários que mostravam o salário reduzido, o Piratini divulgou pronunciamento em vídeo do governador.

Enquanto o restante do núcleo duro do governo estava na sede da Secretaria da Fazenda para fazer o anúncio, Sartori permaneceu no palácio, onde, no início da manhã, recebeu a nova diretoria da Eletrosul (foto).

Detentor de um expressivo capital político ao vencer o segundo turno das eleições com 3.859.611 votos, José Ivo Sartori é avesso a entrevistas e portador de um discurso recheado de frases vagas e enigmáticas. O governador tem como hábito se esquivar de repórteres (muitas vezes blindado por assessores), disparar frases de efeito com vários sentidos e tergiversar com a habilidade de quem está na política há décadas. Porém, ao esconder a verdade de pessoas que são financeiramente afetadas pela crise, Sartori não só apostou a sua expressiva votação como também estimulou um ambiente belicoso contra si.

As redes sociais foram inundadas por críticas à postura do governador, que, no meio da tarde, viajou para Curitiba, onde ficará até domingo para cumprir compromissos particulares.

TÚNEL DO TEMPO

Aliados do governo Sartori que são contra o aumento de impostos têm como um dos argumentos a administração da ex-governadora Yeda Crusius (PSDB).

– Yeda não aumentou impostos, não usou os depósitos judiciais e ainda conseguiu deixar o Estado no azul – afirma um líder partidário.

A grande diferença em relação ao período em que Yeda governou o Estado é o aumento dos gastos públicos, principalmente com a folha, sem crescimento proporcional da receita.

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O PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA, EDSON BRUM, REUNIRÁ NA QUARTA-FEIRA OS CHEFES DO JUDICIÁRIO, DA DEFENSORIA PÚBLICA, DO TRIBUNAL DE CONTAS E DO MINISTÉRIO PÚBLICO PARA DISCUTIR COMO OS ÓRGÃOS PODEM AJUDAR O ESTADO A SUPERAR A CRISE.

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