ZERO HORA 21 de agosto de 2015 | N° 18269
EDITORIAIS
A mesma urgência com que o Estado optou pelo aumento de impostos deve inspirá-lo a apresentar as contrapartidas à sociedade, na forma de compensações pelo aumento de custos que serão repartidos entre todos. O pacote com aumento de tributos, recebido com rejeição generalizada do setor produtivo, não pode ser visto como solução isolada, como admitiu ontem o governador José Ivo Sartori, ao se referir à necessidade de mudanças estruturais. Os contribuintes esperam que o discurso seja substantivo e também contemple outras medidas que pelo menos transmitam a sensação de que algo está sendo feito no sentido de racionalizar despesas e qualificar a gestão.
Não basta que o governo anuncie a extinção de áreas consideradas dispensáveis. É preciso que sejam apresentadas ações administrativas de restrição a gastos não essenciais, de adequação do tamanho dos quadros de servidores de confiança à realidade das finanças e de projeção de ações de médio e longo prazos, que produzam efeitos em defi- ciências históricas do setor público. Providências de emergência, como a sempre disponível tentação de mais impostos, representam danos a quem produz e perde competitividade, renda e capacidade de gerar emprego, e a quem consome e arca com os reajustes de preços.
É ilusório o sentimento de admi- nistradores que sustentam suas reações a crises em medidas paliativas. Aumento de imposto pode significar mais receita, apenas no curtíssimo prazo. Em pouco tempo, se traduz em perdas econômicas e sociais, com automática redução na capacidade de arrecadação. Espera-se da Assembleia sabedoria para avaliar o tarifaço e cobrar atitudes do Executivo, para que o Estado não se acomode com a tática sempre repetida de transferir a todos os problemas que não consegue resolver.
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