ZERO HORA 25 de agosto de 2015 | N° 18273
EDITORIAIS
Foi preciso o aprofundamento da crise para que a presidente Dilma Rousseff decidisse adotar uma medida óbvia para devolver um mínimo de credibilidade ao seu governo: a extinção de ministérios supérfluos. Ainda é intenção, mas ontem o Palácio do Planalto anunciou o corte de 10 das 39 pastas ministeriais existentes, como parte de uma reforma administrativa destinada a reduzir o número de cargos comissionados e de secretarias, cortar despesas e melhorar a gestão pública.
A decisão parece sensata, mas também reveladora do absurdo que foi formar um dos maiores ministérios do planeta para garantir apoio eleitoral e político. Ainda assim, trata-se de uma medida paliativa diante do escancarado aparelhamento da máquina estatal e da prática explícita de fisiologismo tanto por parte do governo quanto pelos partidos beneficiados.
O que o governo está devendo – como sugeriu o ex-ministro Nelson Jobim em artigo publicado ontem – é uma ampla reforma ministerial, com a redução de pastas e a nomeação de pessoas realmente capacitadas para o exercício da administração, de preferência sem compromissos partidários que comprometam sua atuação. O corte de despesas não pode ser o único objetivo, embora seja um absurdo a existência de 22 mil cargos comissionados no Executivo. Já que a presidente resolveu reconhecer o equívoco, que a correção tenha como norte a eficiência da máquina pública e o desmonte da política de aparelhamento que tanto mal tem causado ao país.
Aí, sim, a decisão anunciada ontem poderá ser classificada como sensata.
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