VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

O ASSALTO DA UNIÃO



ZERO HORA 27 de agosto de 2015 | N° 18275


ARTIGOS


MIGUEL TEDESCO WEDY*



O governo da presidente Dilma decidiu bloquear as contas do Estado do Rio Grande do Sul, que protelou o pagamento de sua dívida, em razão de um evidente e autêntico estado de necessidade a que está submetido. Por certo que o governo do Estado deverá cortar custos, reduzir o seu tamanho e reformar a previdência. Contudo, nesse instante, a medida federal, odiosa em todos os aspectos, asfixiará ainda mais o Estado e criará o caos nas áreas fundamentais da segurança pública, da saúde e da educação.

É importante, porém, que o Rio Grande tenha a consciência da verdadeira sangria a que é submetido, todos os anos, para sustentar esse autêntico paquiderme que é o governo da União.

Apenas para referir dados que remontam ao ano de 2012, em trabalho do jornalista Luis Nassif, os gaúchos pagaram cerca de R$ 32 bilhões em tributos federais. Voltaram para o Estado cerca de R$ 10 bilhões. Vinte e dois bilhões de reais gerados aqui foram para Brasília e evaporaram nas mãos de outros Estados, sustentados pela União. Se menos da metade dos recursos ficasse aqui, não haveria déficit. Se fosse feita uma divisão per capita, poderíamos dizer que cada gaúcho pagou o equivalente a R$ 1.984 em tributos e não recebeu nada. Esse dinheiro foi para Brasília e lá foi redistribuído para que cada cidadão do Distrito Federal recebesse o equivalente a R$ 20.720, para que cada cidadão do Pará recebesse o equivalente a R$ 1.020 e cada cidadão de Roraima recebesse cerca de R$ 3.890. A grande parte ficou por Brasília e foi redistribuída, por exemplo, para as Alagoas, dos senadores Calheiros e Collor, e o Maranhão, dos Sarney. Poderíamos dizer que o Estado perdeu o equivalente a metade do seu orçamento nessa injusta e vergonhosa “repartição” federal.

É preciso que cada cidadão rio-grandense tenha consciência de que a maior parte do seu trabalho e do seu suor, transformada em tributos, está sendo drenada e sugada para o governo da União Federal. E que uma parte bem insignificante do nosso sacrifício retorna em investimentos. Vivemos, na verdade, num arremedo de federação.

Advogado*

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