VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

terça-feira, 4 de agosto de 2015

ESTELIONATOS ELEITORAIS?



ZERO HORA 04 de agosto de 2015 | N° 18247



MIGUEL TEDESCO WEDY*



O Brasil e o Rio Grande parecem ter sido vítimas de dois “estelionatos eleitorais”.


Dilma Rousseff se elegeu sob a mentira. Disse que não tiraria direitos dos trabalhadores e permitiu a restrição de direitos trabalhistas. Afirmou que não cortaria gastos na educação e cortou violentamente os investimentos no setor. Acenou que renegociaria a dívida dos Estados e não o fez. Mentiu para os seus eleitores e para a oposição. Mentiu para todos durante todo o período eleitoral e, agora, adota medidas de austeridade que imputava ao candidato opositor. Seu governo faz o país marchar para o caos, em meio aos escândalos e ao completo desmantelamento de sua base política. E, o que é grave, não possui liderança, vontade e aptidão para governar.

José Ivo Sartori surgiu em meio ao duro enfrentamento entre dois programas de governo. Dois programas que podiam ser criticados e atacados. Mas eram dois programas claros, opostos e previsíveis. Os dois perderam. E Sartori venceu com o não programa.

Não mentiu, mas também não falou, não propôs, não debateu, não respondeu perguntas, assim como hoje não governa, não lidera, não enfrenta as adversidades. Ao contrário, corre dos problemas, negaceia, protela. A solução para o problema do Estado é essencialmente política e passa não só pelo corte de despesas e pela diminuição do tamanho do Estado, mas por uma nova concertação nas relações federativas. Mas isso só se fará pelo enfrentamento mais duro e frontal com a União. Isso, porém, exige uma alta dose de coragem e audácia, capaz de quebrar velhas rivalidades e unir o Estado, predicados que parecem não acompanhar a figura do governador.

Fico pensando o que fariam nesta crise um Bento Gonçalves, um Silveira Martins, um Júlio de Castilhos, um Borges de Medeiros, um Getúlio Vargas, um Flores da Cunha, um Leonel Brizola. E, ao pensar nisso, entristecido, olho para o Palácio Piratini e o que vejo é um homem temeroso e perdido. O Rio Grande deve exigir que suas lideranças tenham a coragem de enfrentar os problemas, sem temores ou reservas.

*Advogado

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