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terça-feira, 7 de junho de 2011

CASO PALOCCI - A CRISE NÃO ACABOU


PÁGINA 10 | ROSANE DE OLIVEIRA - ZERO HORA 07/06/2011

A decisão da Procuradoria-Geral da República de arquivar o pedido de investigação do patrimônio do chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, representa um alívio jurídicodiante das suspeitas de improbidade e tráfico de influência, mas está longe de estancar a crise política.

Caso decida mantê-lo no cargo, hipótese improvável, a presidente Dilma Rousseff poderá invocar os 79 tópicos do parecer assinado pelo procurador Roberto Gurgel para justificar a permanência. Gurgel escreveu, por exemplo, que “não há indício idôneo da prática do crime de tráfico de influência” e de que a legislação “não tipifica como crime a incompatibilidade entre o patrimônio e a renda declarada”.

Seria tarefa praticamente impossível reabilitar a aura daquele que até então era o principal articulador político do governo, do homem que gozava de confiança irrestrita da presidente, do hábil negociador entre o governo e os empresários. Desacreditado pelos próprios colegas de partido, acossado pela oposição e fragilizado por semanas de exposição pública, o ministro Palocci pode até resistir, mas já perdeu poder.

Mesmo com o arquivamento pela PGR, as suspeitas não se extinguem. Tanto que o próprio procurador fez questão de ressaltar, em diferentes trechos do documento, que o Ministério Público Federal mantém aberto um inquérito civil para apurar eventuais atos de improbidade cometidos pelo ministro, e que a PGR restringiu sua análise aos aspectos penais.

As principais dificuldades estão na arquitetura política. Se, antes mesmo da crise, Palocci não desfrutava da condição de unanimidade dentro do próprio partido, agora a resistência só tende a crescer. Seja qual for a decisão de Dilma, é dada como certa a necessidade de uma reestruturação no núcleo do poder. Com Palocci diminuído, outros rostos podem ganhar espaço e novas funções. Entre os nomes lembrados, estão os de Paulo Bernardo, pela versatilidade, e de Gilberto Carvalho, um dos mais próximos a Lula, assim como o do ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, que é visto como alguém “do time de Dilma”, e de Maria das Graças Foster, diretora da Petrobras.

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