VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

NOVOS ESTADOS BRASILEIROS

Carlos Frederico Hofmeister - Economista, Zero Hora 01/06/2011

De tempos em tempos, surgem na imprensa notícias sobre a criação de novos Estados brasileiros a partir principalmente das regiões Norte e Nordeste.

Com a reação de algumas entidades, o tema tem sido esquecido por algum tempo e nada até então aconteceu.

Ultimamente, no entretanto, as notícias voltaram ao noticiário de forma discreta porém preocupante. Segundo tais informações, sabe-se que a Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal já teria aprovado a realização de plebiscito no Pará visando à criação do Estado de Tapajós. Por outro lado, já havia sido aprovada pelo Congresso Nacional a realização de plebiscito para a fundação do novo Estado de Carajás.

Segundo consta, a expectativa seria de que em seis meses os dois plebiscitos sejam realizados simultaneamente no Pará, dividindo o Estado em três novos. A matéria, segundo notícias, entrou em regime de urgência. É importante lembrar que de um Estado pobre e endividado, ao se dividir, se criariam mais dois Estados mais pobres e mais endividados. Para quê?

Ainda dentro do tema, estão na expectativa de serem criados mais alguns novos Estados, como seja: Mato Grosso do Norte, em Mato Grosso; Maranhão do Sul, no Maranhão; Rio São Francisco, na Bahia; Gurgueia, no Piauí. Estes são os fatos; vejamos quais as consequências.

Considerando que a fundação de um Estado pressupõe um novo Executivo, um novo Judiciário e um novo Legislativo, além de completa estrutura física e administrativa (prédios, veículos, infraestrutura e pessoal), o custo de tal empreendimento subirá à estratosfera, na casa de muitos bilhões de reais, custeado pela União. Afora os custos bilionários, é importante lembrar que deverão ser eleitos senadores, deputados federais e estaduais aumentando em muito a força política do Norte-Nordeste, já quase hegemônica em nosso país.

Seria este o momento para o Brasil bancar esta bilionária conta? Quem seria beneficiado com esta “gastança” e de onde sairiam recursos para enfrentar tal aventura? Seria uma questão de vaidade para massagear o ego de certos líderes regionais? Na verdade, temos muitos problemas mais importantes e de urgência urgentíssima para enfrentar e que estão há vários anos nas gavetas dos senhores parlamentares ou em um arquivo inacessível dos senhores ministros e de seus assessores.

Além disto, acrescentam-se os problemas cada vez mais agudos e assustadores de falta de segurança pública à sociedade brasileira; a carência de definição para um planejamento racional e eficiente de nosso sistema educacional em todos os níveis; a trágica e sempre lembrada deficiência de nossos programas de saúde pública, uma vergonha nacional e, por fim, mas não menos importante, a falta quase absoluta de investimento na estrutura viária e energética do país, que está em franco processo de sucateamento. E, assim considerando, nestas circunstâncias seria um absurdo desviar o foco do governo para novos empreendimentos de custos astronômicos, em detrimento às ações objetivas e saudáveis que visem às necessidades imediatas e vitais de nosso país.

Caso acontecer o pior para satisfazer a vontade de alguns, o Brasil irá contra a maré moderna de união entre Estados para consolidar sua força coletiva.

Como consequência, haverá reflexos negativos em nossa conjuntura socioeconômica trazendo graves prejuízos à imagem de Estado emergente dentro do concerto das nações. Seria um retrocesso de dimensões dantescas. É preciso juízo e sobriedade aos nossos governantes para evitar tal debacle!

Um comentário:

Anônimo disse...

Nós do Sul/Sudeste também queremos novos estados.