VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

PRÁTICA ANTIGA

PÁGINA 10 | ROSANE DE OLIVEIRA - com Letícia Duarte , colaboraram Aline Mendes e Vivian Eichler, ZERO HORA 22/06/2011


Do jeito que alguns deputados estão falando, parece que o fisiologismo no Rio Grande do Sul nasceu com a entrada do PTB no governo de Tarso Genro e com a partilha dos cargos pelo critério do valor dos salários. É assim que se faz há muitos e muitos anos no Estado que se considera o mais politizado do país e no Brasil inteiro. Quem está fingindo que não sabia pode parar com a pantomima porque seu partido também jogou esse jogo.

No discurso, as alianças são programáticas e têm como objetivo o bem comum. Na prática, vale a máxima de que é dando (cargos) que se recebe (apoio). Funciona assim no governo federal e está aí o PMDB com doutorado em distribuição de cargos para provar que essa prática está entranhada nas relações políticas. Porque o PMDB está fazendo exatamente isso no governo federal e, no Rio Grande do Sul, já esteve dos dois lados: como vitorioso que precisa de votos na Assembleia – nas gestões de Antônio Britto e Germano Rigotto – e como aliado que dá apoio em troca de vagas. Ou de “espaço”, o eufemismo preferido de quem negocia participação em governos.

Compor maioria é uma necessidade dos eleitos para poder governar. E os cargos são a moeda de troca nos Estados. No governo federal, existem também as emendas parlamentares.

O loteamento dos governos é coisa antiga. Novo é um deputado partir para o sopapo numa discussão sobre os cargos. O PTB é só mais explícito do que os outros – e, talvez, mais voraz. Aceita participar de qualquer governo que lhe ofereça espaço e discute suas diferenças em seminário de “alinhamento estratégico”. A imagem grotesca do deputado Sérgio Moraes agredindo o companheiro Ronaldo Santini num encontro com a presença de mil pessoas é uma caricatura. Outros partidos brigam a portas fechadas.

Os ex-governadores Yeda Crusius, Germano Rigotto e Antônio Britto sabem muito bem o quanto custa o apoio de aliados fisiológicos. A cada votação, seus chefes da Casa Civil tinham de se desdobrar para acalmar os descontentes. E a palavra mágica era “nomeação” – às vezes, de um simples estagiário.

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