VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

CONSULTORIAS DE LUXO


PÁGINA 10 | ROSANE DE OLIVEIRA - ZERO HORA 06/06/2011

A dispensa de licitação para o Estado contratar a Fundação GetulioVargas por R$ 1,2 milhão, destacada sábado na Página 10, reacende o debate sobre o trabalho das consultorias utilizadas pelos governos para fazer trabalhos que, teoricamente, os servidores do quadro poderiam fazer. A pergunta que se impõe é: os técnicos do Estado são incapazes, não têm disposição para fazer ou os governos é que não sabem motivar e acham que santo de casa não faz milagre?

O valor que será pago pelo Estado à FGV é irrelevante comparado ao faturamento da empresa do ministro Antonio Palocci – R$ 20 milhões apenas em 2010 –, mas assim mesmo precisa ser analisado com lupa, considerando-se a situação de penúria das finanças.

No governo de Yeda Crusius, a orientação vinha do Instituto Nacional de Desenvolvimento Gerencial, a quem é atribuído o sucesso dos programas de redução de gastos com medidas simples como trocar as torneiras das escolas para evitar desperdício de água. Como o INDG é considerado de orientação neoliberal, o governo Tarso Genro mudou de guru. Ou de gurus. Sai Vicente Falconi e entram os técnicos da Fundação Getulio Vargas, uma instituição que se declara sem fins lucrativos e, por essa condição, pode, em tese, ser contratada sem licitação.

O governo planeja contratar a mesma FGV para fazer a reengenharia do Daer a um custo estimado de R$ 600 mil e, com essa mudança estrutural, torná-lo mais ágil, mais produtivo e menos sujeito à corrupção. Alega-se que esse serviço não pode ser feito pelos técnicos do Estado porque o corporativismo impediria de se fazer os cortes necessários. Esse mesmo argumento era usado para justificar a contratação do INDG, escolha criticada pelos petistas quando estavam na oposição por ter sido feita sem licitação.

Trabalho de consultoria, em geral, é caro. E o consultor não pode ser escolhido simplesmente por fazer o serviço mais barato. Na formação do preço, entram elementos intangíveis e, por isso, é difícil saber quando o valor cobrado é justo ou exorbitante.

Um comentário:

joao disse...

Uai, esses consultores da tal FGV não ganham salário? Aposto que a hora de consultoria é de MILHARES de reais, então que "sem fins lucrativos" é esse?
A inegibilidade está correta para consultoria, que tem conhecimento específico, mas a justificativa não pode ser por que é uma "Fundação", "ONG", etc.