VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

terça-feira, 21 de junho de 2011

CONTABILIZANDO VAGAS PELO VALOR DOS SALÁRIOS

Crise no PTB bate à porta de Tarso. Após ser constrangido pela revelação de que contabiliza vagas pelo valor dos salários, partido colocou os CCs à disposição - PAULO GERMANO, colaboraram Elton Werb e Letícia Mendes - ZERO HORA 21/06/2011

O sopapo de Sérgio Moraes em Ronaldo Santini, ambos deputados do PTB, culminou num constrangimento tamanho que levou o partido a uma decisão incomum: colocar à disposição todos os cargos que ocupa no governo Tarso Genro. A ideia é evitar que a imagem do partido seja arranhada pelo rótulo do fisiologismo – afinal, o embate entre Moraes e Santini só irrompeu devido às discordâncias na distribuição de CCs. Na prática, pouca coisa muda.

Informado ontem à noite sobre a decisão petebista, Tarso não aceitou os cargos. O chefe da Casa Civil, Carlos Pestana, disse que o Piratini não se envolve em questões internas dos aliados. O problema real é no bojo do PTB: as declarações no estilo metralhadora giratória que Moraes vem fazendo desde sábado exibiram um racha antigo na sigla. Mais do que cargos, a disputa envolve egos, questões pessoais e o comando da máquina partidária.

Presidente estadual do PTB, Luis Augusto Lara disse ontem que o episódio ocorrido no sábado – quando Moraes acertou o rosto de Santini – extrapolou as discussões internas:

– É uma situação que constrange o governo. Nossas discussões nunca se resumiram a cargos e, por isso, estamos deixando todos à disposição.

Lara está no centro da controvérsia. Segundo dois deputados petebistas, no fundo Moraes sempre quis atingir o presidente, e não Santini. Isso porque, conforme Moraes, Lara lidera “um grupinho” que decide os CCs sem consultar a maioria dos líderes.

– Tem meia dúzia usando o partido para benefício próprio, e o resto vai carregando bandeirinha para que o partido exista – ataca o deputado.

Em um bate-boca com Moraes na Rádio Gaúcha, Santini revelou que cada deputado estadual teria direito a indicar CCs que representam, no total, R$ 80 mil por mês em salários. A oposição já se articula para contestar hoje, na Assembleia, os critérios como o governo Tarso dividiu sua equipe.

Com o ex-senador Sérgio Zambiasi mais distante das decisões partidárias, Lara e Moraes estariam tentando ocupar um vácuo aberto no PTB. Moraes ficou indignado, no mês passado, porque Lara surgia em todos os comerciais de TV da legenda – o que seria uma forma de aparecer mais do que todos.


O peso dos petebistas - Integrante das últimas gestões no Piratini, o PTB tem ocupado cargos em troca de apoio na Assembleia

- O PTB é importante para Tarso. A bancada da sigla na Assembleia é composta por seis deputados. Com eles, o governador conta com 32 aliados num plenário de 55. Sem o PTB, Tarso perde a maioria. Como o Piratini quer aprovar um pacote polêmico na casa, qualquer tensão na base é perigosa.

- O partido elegeu 31 prefeitos e 372 vereadores em 2008. Além disso, tem cerca de 100 mil filiados e três deputados federais.

- Os petebistas integraram os governos do peemedebista Germano Rigotto (2003-2006), da tucana Yeda Crusius (2007-2010) e, agora, de Tarso.

- Nos ataques, o deputado federal Sérgio Moraes tocou num tema que constrange o PTB. Ele lembrou do suposto envolvimento do ex-presidente da sigla da Capital José Carlos Brack em esquema de propina na Secretaria de Saúde e na morte de Eliseu Santos. Brack é réu no processo.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Este caso revela o que motiva os nossos representantes e seus partidos. A luta por cargos visa muito mais dinheiro do que poder e sobra pouco para se preocupar com o servidor público do Executivo (aquele que transforma os direitos em serviços) e com a população que precisa de educação, saúde e segurança. São os mesmos que reajustam de forma extravagante seus próprios salários públicos, impedem a concessão de salários dignos aos servidores do Estado, deixam de fiscalizar o Poder Executivo e o auxiliam nos seus projetos mirabolantes, aplicação de salários miseráveis, descaso nas áreas essenciais, abandono do sistema prisional e confiscos desnecessários. Até quando, o povo permanecerá cego e imobilizado.

Nenhum comentário: