VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

sábado, 26 de janeiro de 2013

LEGISLATIVO FICHA LIMPA

ZERO HORA 26 de janeiro de 2013 | N° 17324


EDITORIAIS


Depois de celebrar um sopro de moralidade na política nacional, representado pelo julgamento do mensalão, o país passa por nova turbulência ética com a proximidade das eleições para as presidências da Câmara e do Senado. Ocorre que os candidatos favoritos ao comando das duas casas legislativas estão longe de serem exemplos de moralidade pública. Um ostenta uma verdadeira folha corrida de malfeitorias, o outro não consegue explicar satisfatoriamente suspeitas de irregularidades. O senador alagoano Renan Calheiros, que tem o apoio do PMDB, do PT e de outros partidos aliados ao governo, já renunciou ao mesmo cargo em 2007 para não ser cassado devido a seis representações movidas contra ele por seus próprios pares no Conselho de Ética do Senado. O deputado potiguar Henrique Eduardo Alves, que concorre ao comando da Câmara, está sendo acusado de beneficiar empresas de assessores e de usar a verba do gabinete para contratar serviços de um dos doadores de sua campanha política.

Evidentemente, os dois parlamentares têm todo o direito de se defender das acusações que lhes estão sendo imputadas – e estão recebendo amplas oportunidades para se manifestar a respeito –, mas só o fato de ingressarem numa campanha pautada por suspeições já é suficiente para provocar desencanto. Depois do desgaste do mensalão, a política brasileira – que tem o Congresso como principal referência – merecia uma fase de maior transparência e limpidez. Porém, os conchavos políticos e as alianças de interesse em torno do poder apontam para um cenário desolador neste início de ano.

Como o próprio parlamento parece impotente para evitar a ascensão de lideranças pouco comprometidas com a ética, ainda que se reconheça uma ou outra reação isolada de parlamentares e partidos de menor expressão, cabe à sociedade civil e às instituições independentes se mobilizar antes que seja tarde. A imprensa parece estar fazendo a sua parte ao veicular denúncias e alertas sobre a conduta dos candidatos. Falta, porém, uma ação mais firme de organizações civis que historicamente se posicionam em defesa da democracia, da liberdade e da decência. Não é possível que os brasileiros assistam inertes a esta marcha despudorada pelo comando do poder mais representativo da cidadania.

O mínimo que os cidadãos deveriam exigir é a condição de ficha limpa para os presidentes das duas casas legislativas. Temos esse direito. Se ficarmos indiferentes e silenciosos diante de tantos desmandos e suspeitas, estaremos chancelando o pior da política, que é a perpetuação de aproveitadores no comando do parlamento. Com as novas possibilidades de comunicação, os cidadãos brasileiros já não precisam esperar por eleições periódicas para mostrar que querem mudanças de rumo no ambiente político do país.

Nenhum comentário: