VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

ATENÇÃO, CANDIDATOS: O GIGANTE VAI COBRAR


ZERO HORA 27 de junho de 2013 | N° 17474

PÁGINA 10 | ROSANE DE OLIVEIRA


Depois de duas semanas de protestos constantes, a Câmara e o Senado mostraram que, pressionados, os parlamentares são capazes de produzir até em dia de jogo da Seleção e em uma semana em que tradicionalmente falta quórum por conta das festas juninas. No Executivo, no Legislativo e no criatório de candidatos às eleições de 2014 florescem estratégias para transformar a energia das ruas em algo produtivo e não deixar que prosperem campanhas do tipo não reeleja ninguém.

Mesmo sendo uma frase usada na Marcha da Família com Deus pela Liberdade, em 1964, “o gigante acordou” tornou-se uma das mais populares dos cartazes empunhados por jovens nascidos depois da redemocratização. Esse gigante conectado nas redes sociais tem mais facilidade para cobrar, porque ninguém apaga uma promessa que foi parar no Google.

Da presidente Dilma Rousseff, o gigante vai cobrar o investimento de R$ 50 bilhões em mobilidade urbana e melhores serviços públicos. Do Congresso, que mantenha esse inédito ritmo de produtividade. Da oposição, se chegar ao poder, vai exigir que cumpra o prometido na tentativa de conquistar simpatia popular. Aécio Neves, por exemplo, fez na terça-feira um pronunciamento que equivale a um plano de governo. É uma agenda oferecida a Dilma, que, naturalmente, serve para ele.

Para começar, o gigante pode cobrar a adoção das restrições da Lei da Ficha Limpa para o preenchimento de cargos públicos, a revogação do decreto que proíbe a divulgação dos gastos realizados nas viagens internacionais da Presidência, a liberação do acesso aos gastos com cartões corporativos e a redução de 50% dos ministérios e de cargos em comissão.

Aécio sugeriu que Dilma permita aos Estados aplicarem em áreas como saneamento e mobilidade urbana 50% do que pagam a título de serviço da dívida. O gigante das ruas pode não se empolgar com um tema árido como é a dívida, mas os governadores que se elegerão em 2014 têm uma pauta para cobrar do tucano, se ele se eleger presidente. As demais sugestões apresentadas a Dilma por Aécio são do tipo que qualquer brasileiro assinaria embaixo. Se o gigante encampá-las, o eleito em 2014, seja de que partido for, vai ter bafo na nuca do primeiro ao último dia.


Tarso tenta influir na reforma política

Apesar de todas as evidências de que a proposta de Constituinte morreu na casca, o governador Tarso Genro não jogou a toalha.

Ontem, ele disse que a população é que deve decidir, em plebiscito, se quer a reforma política e como ela deve ser encaminhada.

Tarso já encaminhou sugestões de perguntas a serem feitas no plebiscito. A primeira é se deve ser feita uma reforma. Se a resposta for positiva, as perguntas seguintes seriam sobre o tipo de mudança: voto aberto ou em lista fechada, financiamento público ou privado, fidelidade partidária, possibilidade de candidaturas avulsas.

Defensor do financiamento público, Tarso aponta como alternativa a proibição das doações de pessoas jurídicas. Acredita que essa restrição faria cair o preço das campanhas.


Prefeito alerta para colapso

Eleito para liderar os municípios gaúchos na busca de soluções contra a perda de receitas e a queda de qualidade nos serviços públicos, o novo presidente da Famurs, Valdir Andres (PP), assumiu com um alerta:

– A centralização de poder e recursos na União, em detrimento dos municípios, chegou ao colapso.

O atual prefeito de Santo Ângelo presidirá a entidade até 2014, sucedendo o ex-prefeito de São Leopoldo Ary Vanazzi (PT). Andres prometeu intensificar a discussão do pacto federativo.


ALIÁS - A liberação da Praça da Matriz para o protesto de hoje não significa que os prédios públicos ficarão sem proteção: a Brigada Militar está orientada a impedir a ação de vândalos infiltrados na multidão.


SERENIDADE E OTIMISMO

Aclamado por juristas e acadêmicos como um dos principais constitucionalistas do país, Roberto Barroso tomou posse como ministro do Supremo Tribunal Federal na tarde de ontem com um discurso de serenidade e otimismo com o país. O carioca de 55 anos classificou as manifestações populares como simbólicas para o trabalho da Corte.

– As instituições têm o dever de levar em conta a voz das ruas e procurar atender às demandas sociais. Há demanda social por reforma política. Há demanda social pelo fim da corrupção e, portanto, as instituições têm de estar atentas a isso.

O novo ministro deverá participar do julgamento dos recursos dos condenados na ação do mensalão. Ele prometeu estudar o processo durante o recesso de julho, mas minimizou a importância da ação:

– Precisamos virar essa página. Temos uma agenda social, uma agenda política, precisamos olhar para frente e avançar.

Barroso é um velho conhecido dos seus colegas de Corte: advogou em ações de repercussão, em que defendeu pesquisas com células-tronco embrionárias, união homoafetiva e a proibição do nepotismo no Poder Judiciário.


Estado pleiteia R$ 4 bilhões

Dos R$ 50 bilhões anunciados pela presidente Dilma Rousseff para a mobilidade urbana no Brasil, o Rio Grande do Sul vai apresentar projetos no valor de R$ 4 bilhões, para obras como o metrô de Porto Alegre e a estrada do Caminho do Meio.

Tarso quer que parte do dinheiro seja usado como subsídio federal para a redução dos preços das passagens de ônibus. E insiste no passe livre estudantil, agora com um “corte de renda” para beneficiar somente os mais pobres.

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