PÁGINA 10 | Rosane de Oliveira
Salto no abismo
Atordoados diante das manifestações populares que repudiam os partidos, os políticos exibem imensas dificuldades para entender o recado das ruas. Prova disso é a forma como reagem diante da constatação de que estão sendo rejeitados pelos jovens que desfilam com cartazes pedindo ética na política entre dezenas de outras causas. Como também há cartazes pedindo reforma política, o governador Tarso Genro e o deputado Henrique Fontana, do PT, se animaram em defender o financiamento público de campanha.
Por melhores que sejam os argumentos contra o financiamento privado, sugerir o uso de recursos públicos para financiar campanhas, neste clima de comoção, é apagar incêndio com gasolina.
A tese de que a corrupção está ligada ao financiamento privado de campanha não conseguiu conquistar a simpatia da população quando a reforma política esteve em debate e se podia discutir com argumentos racionais. Por que prosperaria agora, quando os manifestantes rasgam bandeiras de partidos e insistem em apregoar sua independência? Dá para acreditar que essa multidão tenha disposição para sentar e ouvir um deputado ou senador discorrer sobre as vantagens do financiamento público no momento em que sai às ruas para protestar contra os políticos em geral?
Fontana está disposto a mostrar que a perda de credibilidade da política está diretamente ligada ao sistema de financiamento e, por isso, vai começar a colher assinaturas para votar em regime de urgência a proposta que está mofando no Congresso. Se fracassar, ele tentará emplacar uma proposta mais popular, que já defendeu no Supremo Tribunal Federal: a fixação de um limite de gastos para tornar as campanhas mais baratas.
Se não conseguir aprovar essas mudanças, o deputado proporá uma constituinte exclusiva para reformar o sistema político.
O deputado Alceu Moreira, do PMDB, tem em mente outro tipo de proposta para agradar aos jovens: a reserva de parte das vagas no Legislativo para candidaturas avulsas, de pessoas sem filiação partidária.
Na defesa que fez da reforma política, sexta-feira à noite, a presidente Dilma Rousseff defendeu a criação de mecanismos que ampliem a participação popular, um discurso 100% afinado com o do governador Tarso Genro.
O grande desafio de quem tem apreço pela democracia é mostrar a esses jovens que é preciso recuperar a credibilidade da política, em vez de desprezá-la. Que a negação da política é um salto no abismo.
– Não existe experiência histórica de mudança fora da política – argumenta Fontana.
Ajuda aos comerciantes
O governador Tarso Genro orientou o secretário da Micro e Pequena Empresa, Maurício Dziedricki, junto com a Assessoria Superior e com a secretaria executiva do Conselhão, a chamar os comerciantes atingidos pelas depredações. A intenção é buscar uma forma de ajuda imediata para que os atingidos possam retomar as atividades.
Cresce entre os petistas a teoria conspiratória segundo a qual o apoio aos protestos é uma tentativa de golpe contra a presidente Dilma Rousseff..
ALIÁS
A oposição erra ao imaginar que os protestos só enfraquecem Dilma Rousseff: a crise de credibilidade atinge a todos os possíveis candidatos e torna a eleição de 2014 uma incógnita.
Salto no abismo
Atordoados diante das manifestações populares que repudiam os partidos, os políticos exibem imensas dificuldades para entender o recado das ruas. Prova disso é a forma como reagem diante da constatação de que estão sendo rejeitados pelos jovens que desfilam com cartazes pedindo ética na política entre dezenas de outras causas. Como também há cartazes pedindo reforma política, o governador Tarso Genro e o deputado Henrique Fontana, do PT, se animaram em defender o financiamento público de campanha.
Por melhores que sejam os argumentos contra o financiamento privado, sugerir o uso de recursos públicos para financiar campanhas, neste clima de comoção, é apagar incêndio com gasolina.
A tese de que a corrupção está ligada ao financiamento privado de campanha não conseguiu conquistar a simpatia da população quando a reforma política esteve em debate e se podia discutir com argumentos racionais. Por que prosperaria agora, quando os manifestantes rasgam bandeiras de partidos e insistem em apregoar sua independência? Dá para acreditar que essa multidão tenha disposição para sentar e ouvir um deputado ou senador discorrer sobre as vantagens do financiamento público no momento em que sai às ruas para protestar contra os políticos em geral?
Fontana está disposto a mostrar que a perda de credibilidade da política está diretamente ligada ao sistema de financiamento e, por isso, vai começar a colher assinaturas para votar em regime de urgência a proposta que está mofando no Congresso. Se fracassar, ele tentará emplacar uma proposta mais popular, que já defendeu no Supremo Tribunal Federal: a fixação de um limite de gastos para tornar as campanhas mais baratas.
Se não conseguir aprovar essas mudanças, o deputado proporá uma constituinte exclusiva para reformar o sistema político.
O deputado Alceu Moreira, do PMDB, tem em mente outro tipo de proposta para agradar aos jovens: a reserva de parte das vagas no Legislativo para candidaturas avulsas, de pessoas sem filiação partidária.
Na defesa que fez da reforma política, sexta-feira à noite, a presidente Dilma Rousseff defendeu a criação de mecanismos que ampliem a participação popular, um discurso 100% afinado com o do governador Tarso Genro.
O grande desafio de quem tem apreço pela democracia é mostrar a esses jovens que é preciso recuperar a credibilidade da política, em vez de desprezá-la. Que a negação da política é um salto no abismo.
– Não existe experiência histórica de mudança fora da política – argumenta Fontana.
Ajuda aos comerciantes
O governador Tarso Genro orientou o secretário da Micro e Pequena Empresa, Maurício Dziedricki, junto com a Assessoria Superior e com a secretaria executiva do Conselhão, a chamar os comerciantes atingidos pelas depredações. A intenção é buscar uma forma de ajuda imediata para que os atingidos possam retomar as atividades.
Cresce entre os petistas a teoria conspiratória segundo a qual o apoio aos protestos é uma tentativa de golpe contra a presidente Dilma Rousseff..
ALIÁS
A oposição erra ao imaginar que os protestos só enfraquecem Dilma Rousseff: a crise de credibilidade atinge a todos os possíveis candidatos e torna a eleição de 2014 uma incógnita.
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