Com o objetivo de apressar o plebiscito sobre reforma política, a presidente Dilma Rousseff está convidando líderes e presidentes dos partidos aliados e da oposição para uma reunião hoje no Palácio do Planalto.
No entendimento do governo, a consulta precisa ser realizada até a segunda quinzena de agosto para permitir ao Congresso aprovar as novas regras a tempo de elas valerem nas eleições de 2014. Para isso, precisam ser avalizadas até 5 de outubro.
O governo insiste que é importante a participação de todos, porque considera que esta é uma questão acima dos partidos.
– Queremos que todos possam contribuir com sua sugestão – insistiu o ministro da Educação, Aloizio Mercadante.
Dilma quer estar com as perguntas da consulta prontas no fim de semana, para enviá-las ao Congresso na terça-feira, sob forma de mensagem, pedindo a realização do plebiscito. Até aqui, duas perguntas já estão certas: qual tipo de financiamento de campanhas a população prefere (público, privado ou misto) e o modelo de voto (distrital, distrital misto ou proporcional).
Relator do projeto de reforma política, o deputado Henrique Fontana (PT) recebeu a tarefa de costurar a redação do plebiscito. Ferrenho defensor do financiamento público e com limites de gastos para as campanhas, o parlamentar gaúcho negociou por dois anos a proposta que defendia, além do fim das doações de empresas a políticos, o término das coligações nos pleitos para deputado e vereador e a coincidência das eleições. Sem acordo entre os líderes, seu relatório nem sequer chegou ao plenário. Derrotado, o petista ganhou uma nova chance com as manifestações das ruas.
– Uma certeza é que o pior sistema político é o que temos no Brasil, especialmente no quesito financiamento – argumenta Fontana, que defende um plebiscito composto por cerca de oito perguntas, todas respondidas por sim ou não.
Em contraponto, líderes do PSDB defendem a realização de um referendo no lugar do plebiscito. A diferença entre as duas consultas está no momento de sua realização: o plebiscito visa a apreciação popular a uma lei a ser criada, e o referendo visa a avaliação a uma lei já aprovada.
Os tucanos acham que o referendo é mais fácil de ser colocado em prática porque os temas da reforma são complicados para serem respondidos de forma simplificada pela população em um plebiscito. Presidente do PSDB, o senador Aécio Neves (MG) disse que vai sugerir a realização do referendo.
– A construção de um plebiscito é muito complexa – disse o tucano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário