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domingo, 23 de junho de 2013

FALTA DE APREÇO AO DIÁLOGO TRAZ PREJUÍZO A DILMA

ZERO HORA 23 de junho de 2013 | N° 17470

O POVO À PORTA

CAUE FONSECA | BRASÍLIA

Em meio a manifestações ora pacíficas ora caóticas, a presidente Dilma Rousseff enfrenta o desafio não só de responder às ruas, mas de transformar os anseios abstratos em medidas objetivas a serem implementadas por Planalto e Congresso.

O resultado foi sintetizado no pronunciamento de sexta-feira. Dilma prometeu uma mudança de estilo, agilizar medidas engavetadas pela própria base governista e, de quebra, tentou melhorar a sua imagem como gestora, arranhada pela queda da aprovação do seu governo – de 63% para 55% em três meses, segundo o Ibope – e pelas vaias na abertura da Copa das Confederações.

Os primeiros movimentos da semana, porém, desagradaram a analistas.

– Fico preocupado quando a presidente precisa se reunir com o antecessor (Lula) e um marqueteiro (João Santana) para discutir os acontecimentos no Brasil – diz o sociólogo Rodrigo Prando.

Em meio ao silêncio presidencial ao longo da semana, o PT foi obrigado a tomar à frente. Após almoçar com o presidente Rui Falcão, o deputado federal Paulo Ferreira (PT-RS) procurou explicar a decisão petista de tentar aderir aos protestos:

– Questões como a melhoria do transporte público, dos investimentos em serviços não são estranhas ao PT. Muito pelo contrário, são as bandeiras pelas quais sempre lutamos.

Assim, militantes ressuscitaram nas redes sociais imagens como a de Dilma fichada pela ditadura sob os dizeres: “Verás que um filho teu não foge à luta”. O paradoxo de pertencer a um governo que emergiu de manifestações, mas que hoje se mostra atônito diante delas, foi lembrado pela própria Dilma, ao mencionar que a sua geração “lutou muito” para que a seguinte pudesse se manifestar democraticamente.

Do discurso, a promessa é de uma nova Dilma. Até então, o perfil centralizador da presidente era apontado como a principal justificativa para uma agenda que caminhava tão somente no ritmo dela.

– A disposição de procurar prefeitos, governadores e poderes para tratar de soluções já é uma mudança de comportamento. É um avanço para quem costuma agir monocraticamente – avalia o líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque (RS).

Dilma também prometeu uma “ampla reforma política”, embora o projeto tenha sido engavetado na Câmara. Economista da Fundação Getulio Vargas (FGV), Robson Gonçalves salienta uma diferença de ritmo entre governo e manifestantes:

– O efeito das ações do governo é diferente do tempo das redes sociais. Então, não há medida prática que acalmará as manifestações de imediato. O primeiro passo era Dilma se identificar como responsável por resolver os problemas. Essa percepção do governo, sim, pode mudar em questão de horas.




À ESPERA - Propostas existem, falta decidir

PEC 37 - O projeto, que retira do Ministério Público o poder de investigação criminal, é rejeitado pelos manifestantes. A proposta seria votada na próxima quarta-feira, porém a pressão provocou o recuo.

ROYALTIES - Enviado em regime de urgência pela presidente em maio, o projeto que destina os royalties do petróleo para educação aguarda análise dos parlamentares. O investimento é uma forma de assegurar o investimento de 10% do PIB na área.

PAUTA CONSERVADORA - Mesmo sob pressão das ruas, o deputado Marco Feliciano segue na presidência da Comissão de Direitos Humanos, que aprovou o projeto da “cura gay”.

TRANSPORTE PÚBLICO - O preço da tarifa do transporte coletivo urbano pode sofrer redução se os parlamentares aprovarem o projeto que desonera o setor de impostos.

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