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segunda-feira, 3 de junho de 2013

POLITIZAÇÃO DOS PATROCÍNIOS COM DINHEIRO PÚBLICO

ZERO HORA 03 de junho de 2013 | N° 17452


EDITORIAIS

Politização dos patrocínios



A Caixa Econômica Federal, que já havia enfrentando contestações judiciais depois de acertar patrocínio anual de R$ 30 milhões com o Corinthians e de R$ 25 milhões com o Flamengo, volta a ter seus investimentos em clubes futebolísticos colocados em xeque. Desta vez, o caso envolve o Asa de Arapiraca, um clube alagoano da série B contemplado com R$ 1 milhão, graças à intermediação direta do senador Fernando Collor (PTB-AL). Se o auxílio a times do centro do país, de maior visibilidade, já dava margem a questionamentos, o destinado a instituições de menor relevância, com base em influência predominantemente política, torna-se ainda menos aceitável.

Uma decisão tomada logo após a conquista atribuída ao senador alagoano dá uma ideia dos riscos enfrentados pelo uso de recursos públicos com base em critérios políticos. Na última quinta-feira, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), recorreu às redes sociais para defender que a Caixa patrocine também os times ABC e América, do Rio Grande do Norte. O parlamentar explicou que fez o pedido ao próprio presidente da Caixa, Jorge Hereda.

Em muitos aspectos, a iniciativa do presidente da Câmara se inspira na do senador Fernando Collor, que chegou a participar do ato de assinatura do contrato de patrocínio do Asa. A página do senador na internet informa que ele “intermediou” e “assegurou” a ajuda da Caixa, que por sua vez garante negociar diretamente com os clubes.

É compreensível que os bancos públicos invistam em clubes de grandes torcidas, desde que haja contrapartidas e que os ganhos da operação sejam favoráveis aos dois lados. Os critérios, porém, devem ser sempre técnicos, não políticos.

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