ZERO HORA 14 de outubro de 2013 | N° 17583
REFORMA MINISTERIAL. Governo terá 12 pastas para tentar seduzir aliados
Com as cerca de 12 vagas deixadas por ministros que disputarão as eleições em 2014, a presidente Dilma Rousseff pretende amarrar o apoio do PP, PTB e PSD ao projeto de reeleição. Caso uma aliança formal com esses partidos não seja possível, sobretudo por causa dos palanques regionais, a ideia do governo é que as siglas seduzidas, se não apoiarem Dilma, ao menos não deem palanque para os adversários da petista.
A estratégia é considerada fundamental para neutralizar a capilaridade do PSDB, do senador Aécio Neves (MG), e do PSB, do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, agora apoiado pela ex-senadora Marina Silva (PSB-AC). A reforma ministerial deverá ser feita no fim de dezembro ou em janeiro de 2014.
O governo não descarta que o PMDB, nesse processo, possa ceder mais espaço para legendas que ganharam mais importância com o troca-troca protagonizado por parlamentares até o dia 5 de outubro – um ano antes da eleição.
Em nome do fortalecimento da chapa Dilma-Michel Temer, é discutida dentro do Planalto a possibilidade de o PMDB abrir mão de alguma das pastas que comanda para ajudar a recompor o jogo partidário.
O senador José Sarney (PMDB-AP) ainda ostenta duas indicações ministeriais e poderia abrir mão de uma. Com a saída do apadrinhado Gastão Vieira do Turismo para disputar o Senado pelo Maranhão, a pasta pode ser repassada ao PP.
O interesse de Dilma em evitar o rompimento com o PP e sufocar o flerte da sigla com o PSDB foi potencializado pelo crescimento da bancada da legenda no Congresso, de 37 para 44 deputados. Isso significa mais tempo de propaganda em rádio e TV para ceder ao futuro coligado.
Dilma ainda estuda recompensar com um ministério mais “vistoso” o PSD, do ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab. Hoje, a sigla ocupa a pasta da Micro e Pequena Empresa.
Abre aspas
DILMA ROUSSEFF, Presidente da República, em entrevista a ZH no dia 16 de setembro - ‘‘Minha reforma está marcada para o final do ano e terá a ver com o processo de saída dos ministros para concorrer. Não quero solução de continuidade. Quero manter um padrão. Temos vários projetos em andamento, e eles serão mantidos rigorosamente."
PÁGINA 10 | ROSANE DE OLIVEIRA
Exposição permanente
Todas as vezes que alguém pergunta à presidente Dilma Rousseff sobre qual será sua estratégia na campanha eleitoral, ela responde que quem tem que se preocupar com isso são seus adversários. Que eles é que querem a cadeira dela e que sua preocupação é apenas governar. O resultado da pesquisa do Datafolha mostra que a estratégia está dando certo. Dilma lidera em todos os cenários e venceria no primeiro turno se a eleição fosse hoje e se Marina Silva não fosse candidata. E derrotaria qualquer um dos adversários, inclusive Marina, no segundo turno.
Na prática, Dilma está em campanha permanente. Para o bem ou para o mal, governar garante exposição na mídia sete dias por semana. E Dilma, orientada pelo publicitário João Santana, tem sabido aproveitar essa exposição. A agenda de viagens pelo Brasil é o exemplo mais acabado dessa opção pela exposição máxima.
Dilma tem feito pelo menos duas viagens por semana, em geral com mais de um compromisso no mesmo Estado. Sábado, anunciou o acordo para a construção do metrô e corredores exclusivos de ônibus na Região Metropolitana. Hoje, inaugura uma fábrica de transformadores em Itajubá (MG) e amanhã estará em Salvador para assinar o contrato do metrô na cidade.
Se nos primeiros dois anos de mandato ela evitava entrevistas, agora fala com as emissoras de rádio da cidade visitada e duas ou três da Capital. Eventualmente, fala também para os jornais. Na semana passada, foi entrevistada no Programa do Ratinho, um canal de contato com as classes D e E. Aos adversários, restam as entrevistas coletivas e individuais, que rendem pouco porque não têm a caneta para autorizar obras ou adotar medidas de impacto, e os programas semestrais dos partidos em rede de rádio e TV, com audiência restrita, além dos spots de 30 segundos que não permitem explorar uma ideia com começo, meio e fim.
O risco dessa superexposição da presidente é cansar pela repetição do discurso. A agenda de anúncios começa a se esgotar. A partir de agora, ela terá de dedicar mais tempo a entregar o que prometeu do que a prometer novas obras para além do seu mandato.
REFORMA MINISTERIAL. Governo terá 12 pastas para tentar seduzir aliados
Com as cerca de 12 vagas deixadas por ministros que disputarão as eleições em 2014, a presidente Dilma Rousseff pretende amarrar o apoio do PP, PTB e PSD ao projeto de reeleição. Caso uma aliança formal com esses partidos não seja possível, sobretudo por causa dos palanques regionais, a ideia do governo é que as siglas seduzidas, se não apoiarem Dilma, ao menos não deem palanque para os adversários da petista.
A estratégia é considerada fundamental para neutralizar a capilaridade do PSDB, do senador Aécio Neves (MG), e do PSB, do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, agora apoiado pela ex-senadora Marina Silva (PSB-AC). A reforma ministerial deverá ser feita no fim de dezembro ou em janeiro de 2014.
O governo não descarta que o PMDB, nesse processo, possa ceder mais espaço para legendas que ganharam mais importância com o troca-troca protagonizado por parlamentares até o dia 5 de outubro – um ano antes da eleição.
Em nome do fortalecimento da chapa Dilma-Michel Temer, é discutida dentro do Planalto a possibilidade de o PMDB abrir mão de alguma das pastas que comanda para ajudar a recompor o jogo partidário.
O senador José Sarney (PMDB-AP) ainda ostenta duas indicações ministeriais e poderia abrir mão de uma. Com a saída do apadrinhado Gastão Vieira do Turismo para disputar o Senado pelo Maranhão, a pasta pode ser repassada ao PP.
O interesse de Dilma em evitar o rompimento com o PP e sufocar o flerte da sigla com o PSDB foi potencializado pelo crescimento da bancada da legenda no Congresso, de 37 para 44 deputados. Isso significa mais tempo de propaganda em rádio e TV para ceder ao futuro coligado.
Dilma ainda estuda recompensar com um ministério mais “vistoso” o PSD, do ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab. Hoje, a sigla ocupa a pasta da Micro e Pequena Empresa.
Abre aspas
DILMA ROUSSEFF, Presidente da República, em entrevista a ZH no dia 16 de setembro - ‘‘Minha reforma está marcada para o final do ano e terá a ver com o processo de saída dos ministros para concorrer. Não quero solução de continuidade. Quero manter um padrão. Temos vários projetos em andamento, e eles serão mantidos rigorosamente."
PÁGINA 10 | ROSANE DE OLIVEIRA
Exposição permanente
Todas as vezes que alguém pergunta à presidente Dilma Rousseff sobre qual será sua estratégia na campanha eleitoral, ela responde que quem tem que se preocupar com isso são seus adversários. Que eles é que querem a cadeira dela e que sua preocupação é apenas governar. O resultado da pesquisa do Datafolha mostra que a estratégia está dando certo. Dilma lidera em todos os cenários e venceria no primeiro turno se a eleição fosse hoje e se Marina Silva não fosse candidata. E derrotaria qualquer um dos adversários, inclusive Marina, no segundo turno.
Na prática, Dilma está em campanha permanente. Para o bem ou para o mal, governar garante exposição na mídia sete dias por semana. E Dilma, orientada pelo publicitário João Santana, tem sabido aproveitar essa exposição. A agenda de viagens pelo Brasil é o exemplo mais acabado dessa opção pela exposição máxima.
Dilma tem feito pelo menos duas viagens por semana, em geral com mais de um compromisso no mesmo Estado. Sábado, anunciou o acordo para a construção do metrô e corredores exclusivos de ônibus na Região Metropolitana. Hoje, inaugura uma fábrica de transformadores em Itajubá (MG) e amanhã estará em Salvador para assinar o contrato do metrô na cidade.
Se nos primeiros dois anos de mandato ela evitava entrevistas, agora fala com as emissoras de rádio da cidade visitada e duas ou três da Capital. Eventualmente, fala também para os jornais. Na semana passada, foi entrevistada no Programa do Ratinho, um canal de contato com as classes D e E. Aos adversários, restam as entrevistas coletivas e individuais, que rendem pouco porque não têm a caneta para autorizar obras ou adotar medidas de impacto, e os programas semestrais dos partidos em rede de rádio e TV, com audiência restrita, além dos spots de 30 segundos que não permitem explorar uma ideia com começo, meio e fim.
O risco dessa superexposição da presidente é cansar pela repetição do discurso. A agenda de anúncios começa a se esgotar. A partir de agora, ela terá de dedicar mais tempo a entregar o que prometeu do que a prometer novas obras para além do seu mandato.
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