VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

IMAGEM DISTORCIDA

Publicada na segunda-feira, 30 de setembro de 2013 Veja página de Opinião

ZERO HORA 02 de outubro de 2013 | N° 17571

EDITORIAIS


Circula na internet uma charge do cartunista Angeli em que um político discursa para uma plateia embasbacada com a seguinte manifestação: É um absurdo! Se não posso superfaturar obras, vender meu voto, desviar verbas públicas nem legislar em causa própria, me digam então: pra que raios eu fui eleito?. A bem-humorada crítica evidencia de maneira emblemática a imagem que os brasileiros atribuem aos políticos. Trata-se, evidentemente, de uma generalização danosa para a própria democracia, mas que impõe uma reflexão na antevéspera de mais um processo eleitoral. Angeli, assim como outros cronistas gráficos, tem caracterizado seu trabalho pela crítica implacável ao comportamento dos ocupantes de cargos públicos.

Mesmo que o conteúdo da charge não represente uma novidade e represente o pensamento de parcela expressiva da população, é preciso reconhecer que tal abordagem é cada vez mais insistente, o que reflete uma realidade incômoda. Os humoristas estão, na verdade, reproduzindo a percepção média, completamente desfavorável aos políticos. Compreende-se, portanto, a inspiração que aciona a verve de quem tem de lidar com a realidade da forma mais sintética possível. Ressalve-se, no entanto, que a política no Brasil, seguindo o modelo consagrado das grandes democracias, expressa-se pela representação. Os ocupantes de cargos públicos, legitimados por eleições diretas, representam os que os escolheram.

As charges, como quaisquer outras formas de expressão, devem ser acolhidas como manifestações da democracia. Mas a simplificação repetida contribui para confundir, ao invés de iluminar, o que de forma genérica se define como opinião pública. É óbvio que os próprios políticos devem se esforçar para melhorar uma imagem em que prevalece a caricatura do corrupto. E cada eleitor precisa reexaminar sua conduta, para que não transfira aos outros a responsabilidade pelo expressivo número de maus políticos. O combate à corrupção começa pela capacidade da população de moralizar, por suas escolhas, postos executivos e legislativos comandados pelos que chegaram lá pelo voto.

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