VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

domingo, 6 de outubro de 2013

O JOGO DO VOTO



ZERO HORA 06 de outubro de 2013 | N° 17575

EDITORIAL INTERATIVO


Encerrado o prazo de filiação partidária para candidatos que pretendem concorrer a cargos públicos no ano que vem, percebe-se que a maioria dos partidos convocou para seus quadros pessoas de pouca ou nenhuma relação com a política, mas com potencial de popularidade suficiente para conquistar votos de segmentos específicos do eleitorado. Os clubes de futebol, especialmente aqueles que contam com grandes torcidas, estão novamente entre os mais requisitados: presidentes, jogadores e treinadores já assinaram a súmula para ingressar no jogo da política. Mas, como ocorre habitualmente na antevéspera de pleitos eleitorais no país, artistas de tevê, atletas, participantes de reality shows, comunicadores, empresários, religiosos e parentes de políticos conhecidos também se registraram para tentar um lugar ao sol da política.

Num país em que o voto de protesto em candidatos folclóricos costuma proporcionar grandes votações, como foi recentemente o caso do palhaço Tiririca, não é de estranhar que as legendas se voltem para os famosos, independentemente da experiência política ou da vocação para o exercício de cargos públicos. Ainda assim, esse tipo de escolha não pode ser debitado apenas no descomprometimento de parte do eleitorado com a escolha de governantes e representantes parlamentares. Também pode ser atribuí-do ao desencanto dos cidadãos com políticos tradicionais, que, embora capacitados ao exercício de suas funções, nem sempre primam pela eficiência e pela integridade.

Além disso, nada impede que estranhos no ninho da política cumpram satisfatoriamente seus mandatos. Veja-se, por exemplo, o caso dos ex-jogadores Romário e Danrlei, que em pouco tempo destacaram-se na vida parlamentar pela assiduidade, pelo atendimento de demandas do eleitorado e até mesmo pela liderança nas legendas que os acolheram. Difícil de entender é a aposta das agremiações partidárias em subcelebridades de potencial mínimo para a atividade política, que conquistaram fama repentina muitas vezes mais por seus dotes físicos do que propriamente por qualquer atitude ou visão social. Trata-se, neste caso, de uma visível tentativa de enganar o eleitorado.

Por isso, nesse contexto de oportunismos e exploração da fama, cabe ao eleitor evitar armadilhas e transformar o seu voto num instrumento efetivo de cidadania. Como? Em primeiro lugar, buscando informações consistentes a respeito dos candidatos. Em segundo, evitando deixar-se levar pela emoção ou por simpatias superficiais, considerando que seu desafio eleitoral não é eleger a mais bela nem o mais engraçado, mas conceder uma procuração para alguém tomar decisões importantes em seu nome.

O voto é um direito democrático precioso demais para ser desperdiçado em protestos e extravagâncias.

*

O editorial acima foi publicado antecipadamente no site de Zero Hora, na quinta-feira, com links para Facebook e Twitter. Os comentários para a edição impressa foram selecionados entre as manifestações recebidas até as 18h de sexta-feira. A questão proposta aos leitores foi a seguinte: Editorial diz que partidos tentam iludir o eleitor ao concorrer com subcelebridades. Você concorda?

O LEITOR CONCORDA

Concordo integralmente. Faz anos (ou décadas) que na política os interesses privados de obtenção de fortuna à custa de dinheiro surrupiado de nossos impostos prevalece ao interesse da coletividade. E digo mais: com condescendência de Tribunais de Contas, Ministério Público e Judiciário. Acorda, Zé Povinho. Chega de ser explorado!

Filipe Reichert

Canoas (RS)

Concordo, mas são só eles os culpados? Nossa sociedade vive no meio de ilusões diárias em que nós mesmos fingimos acreditar. Só vermos os comerciais de TV, que mostram mulheres magicamente lindas, maquiadas e magras, ou a felicidade de um homem ao ter aquele maravilhoso carro apresentado, ou mesmo aquele crédito pré-aprovado, fazendo as pessoas consumirem o que foram induzidas. Na política é a mesma receita, agregar a imagem das subcelebridades à dos partidos, juntando a credibilidade e exposição do primeiro com os interesses e acobertamentos do segundo, sendo sempre vantajoso para ambos.

Juliano Pereira dos Anjos

Esteio (RS)

Estamos vivendo um momento de vergonha em termos políticos que já virou palhaçada. Mas temos que mudar, não conseguimos por quê? Porque o circo fechou as portas e ninguém entra! Somos a plateia mais pacífica do mundo...

Letícia Escobar

Porto Alegre (RS)

Sim, concordo. Mas cada país tem os políticos que merece (que mantém na vida pública)

Lou Pacheco

Concordo plenamente, pois junto com as subcelebridades vem meia dúzia de sanguessugas. Política virou cabide de empregos.

@Eu_MarceLO

O LEITOR DISCORDA

Os políticos de um país apenas refletem o seu povo, não dá pra criticar apenas eles em um país em que nossas crianças são educadas pela novela e por “BBBs”. Não são apenas os políticos que são corruptos e incompetentes, o eleitor também é incompetente na hora de votar e muitas vezes até corrupto ao trocar seu voto por favores. A única saída é a educação.

Vitor Hugo Severo

Santa Maria (RS)

A própria ZH adora dar uma “notinha”, um “furo” de uma celebridade no mundo político. Seria uma forma de justificar a propaganda dos próprios funcionários/candidatos.

Marcelo Prado

Porto Alegre (RS)

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