VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

O JOGO DO VOTO

ZERO HORA



Encerrado o prazo de filiação partidária para candidatos que pretendem concorrer a cargos públicos no ano que vem, percebe-se que a maioria dos partidos convocou para seus quadros pessoas de pouca ou nenhuma relação com a política, mas com potencial de popularidade suficiente para conquistar votos de segmentos específicos do eleitorado. Os clubes de futebol, especialmente aqueles que contam com grandes torcidas, estão novamente entre os mais requisitados: presidentes, jogadores e treinadores já assinaram a súmula para ingressar no jogo da política. Mas, como ocorre habitualmente na antevéspera de pleitos eleitorais no país, artistas de tevê, atletas, participantes de reality shows, comunicadores, empresários, religiosos e parentes de políticos conhecidos também se registraram para tentar um lugar ao sol da política.

Num país em que o voto de protesto em candidatos folclóricos costuma proporcionar grandes votações, como foi recentemente o caso do palhaço Tiririca, não é de estranhar que as legendas se voltem para os famosos, independentemente da experiência política ou da vocação para o exercício de cargos públicos. Ainda assim, esse tipo de escolha não pode ser debitado apenas no descomprometimento de parte do eleitorado com a escolha de governantes e representantes parlamentares. Também pode ser atribuído ao desencanto dos cidadãos com políticos tradicionais, que, embora capacitados ao exercício de sua funções, nem sempre primam pela eficiência e pela integridade.

Além disso, nada impede que estranhos no ninho da política cumpram satisfatoriamente seus mandatos. 

Veja-se, por exemplo, o caso dos ex-jogadores Romário e Danrley, que em pouco tempo destacaram-se na vida parlamentar pela assiduidade, pelo atendimento de demandas do eleitorado e até mesmo pela liderança nas legendas que os acolheram. Difícil de entender é a aposta das agremiações partidárias em subcelebridades de potencial mínimo para a atividade política, que conquistaram fama repentina muitas vezes mais por seus dotes físicos do que propriamente por qualquer atitude ou visão social. Trata-se, neste caso, de uma visível tentativa de enganar o eleitorado.

Por isso, neste contexto de oportunismos e exploração da fama, cabe ao eleitor evitar armadilhas e transformar o seu voto num instrumento efetivo de cidadania. Como? 

Em primeiro lugar, buscando informações consistentes a respeito dos candidatos. Em segundo, evitando deixar-se levar pela emoção ou por simpatias superficiais, considerando que seu desafio eleitoral não é eleger a mais bela nem o mais engraçado, mas sim conceder uma procuração para alguém tomar decisões importantes em seu nome.

O voto é um direito democrático precioso demais para ser desperdiçado em protestos e extravagâncias.

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