VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

CONFISSÃO DE FISIOLOGISMO



ZERO HORA 05 de fevereiro de 2015 | N° 18064


EDITORIAL



Foi desastrosa a primeira declaração política de um integrante do alto escalão do governo, um dia depois do abalo que o Planalto sofreu na Câmara com a eleição do peemedebista Eduardo Cunha.

Disse o ministro Aloizio Mercadante, da Casa Civil, que a presidente Dilma Rousseff comandará pessoalmente a divisão de cargos dos escalões intermediários e que um dos critérios é o apoio que o partido do indicado assegura ao governo no Legislativo. Louve-se a sinceridade do ministro, mas trata-se de uma confissão de fisiologismo danoso à administração pública. É a tentativa de repetição de uma tática que o governo usou na disputa pela presidência da Câmara, que obteve como resultado mais constrangimento para o próprio Executivo.

Não é por outro motivo que a Petrobras encontra-se na atual situação, pois diretores e executivos ligados a partidos e candidatos acabaram colocando suas demandas acima dos interesses da nação. Todos os ex-dirigentes investigados na Operação Lava-Jato foram conduzidos a funções mais importantes na estatal por padrinhos políticos. Além das estatais, também a administração direta tem casos de delitos cometidos por protegidos das lideranças partidárias que apoiam o governo, sem habilitação para as funções assumidas.

Para mudar este quadro, não basta esperar por uma reforma política que nunca vem, até porque os beneficiados pelo sistema de barganha não têm interesse em levá-la adiante. Mas o governante pode, sim, condicionar as escolhas ao critério da competência e do conhecimento técnico.

Se não for assim, o país continuará convivendo com episódios como o que abala nossa maior estatal, loteada de acordo com interesses que acabaram por corromper sua cúpula e depreciar seu patrimônio e sua imagem.

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