ZERO HORA 16 de fevereiro de 2015 | N° 18075
ESCÂNDALO DA PETROBRAS
Ministro conversou com advogados de empresas
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, encontrou-se com advogados de empreiteiras acusadas de envolvimento em desvios na Petrobras e investigadas pela Operação Lava-Jato, da Polícia Federal (PF). A PF integra o ministério de Cardozo.
De acordo com a revista Veja e os jornais Folha de S.Paulo e O Globo, defensores de UTC, Camargo Corrêa e Odebrecht foram recebidos no gabinete de Cardozo. Segundo as reportagens, as empresas tentavam ajuda para soltar os executivos que estão presos.
A Veja afirma que, na conversa com Sérgio Renault, advogado da UTC, e com o ex-deputado Sigmaringa Seixas (PT-DF), Cardozo teria dito que os rumos da Lava-Jato mudariam radicalmente. Conforme a revista, o ministro teria orientado a UTC a não fechar acordo de delação premiada.
Cardozo negou que tenha recebido Renault. O ministro disse que estava reunido com Sigmaringa para tratar de assuntos pessoais, e que o advogado passou no ministério para dar uma carona a Sigmaringa e levá-lo para almoçar. O encontro com Renault, segundo o ministro, aconteceu quando ele acompanhou Sigmaringa até a porta de seu gabinete.
Segundo a Folha de S.Paulo, advogados disseram ter ouvido do ministro respostas como “fiquem tranquilos, o Supremo Tribunal Federal (STF) vai acabar soltando eles” e que o governo usaria seu poder para ajudar as empresas no Judiciário.
Cardozo confirmou ter recebido representantes da Odebrecht, que, segundo ele, foram apresentar representações denunciando supostas irregularidades nas investigações da Lava-Jato.
No Twitter, o ex-ministro do STF Joaquim Barbosa defendeu a demissão do ministro em razão dos encontros com advogados.
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