ZERO HORA 10/02/2015 | 04h30
Rosane de Oliveira
Eu, tu, ele, nós, vós, eles
Se os petistas querem ajudar a presidente Dilma Rousseff a sair da crise que corroeu sua popularidade, a primeira coisa a fazer é parar de justificar os erros com os argumentos de que os outros também fizeram. Ou que os outros fizeram pior e não foram investigados.
Nada pode ser mais ofensivo para os brasileiros honestos do que essa ideia de que o roubo na Petrobras é coisa pouca perto do que teria sido desviado em outros escândalos, como o do Banestado. Não se pode transigir com a corrupção nem passar a ideia de que um erro justifica outro.
É verdade que o PT não inventou a corrupção nas obras públicas e que se roubava na Petrobras antes da chegada do ex-presidente Lula ao poder. Está aí o ex-gerente Pedro Barusco para confirmar que começou a receber propina em 1997. Está aí o Caso Alstom, para mostrar que os tucanos, encastelados no poder em São Paulo desde Mario Covas, também sujaram as mãos.
O que não dá para aguentar é essa mania dos dirigentes petistas de culparem a "mídia" pela exposição das entranhas de um esquema milionário de corrupção que veio à tona pela investigação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal.
Na campanha eleitoral, Dilma já usou esse argumento de que a diferença entre os escândalos dos governos petistas e os anteriores é que antes se engavetavam acusações. Ora, o PT está no poder desde 2003. A Polícia Federal teve tempo de sobra para investigar os malfeitos do passado. Por que não o fez?
Dilma não vai sair do atoleiro com discurso, até porque a comunicação é um dos seus pontos fracos. O que a presidente e seus ministros precisam é apresentar ao país um programa consistente para sair da crise. E não passar a mão na cabeça de quem ajudou a afundar uma empresa com o tamanho, a importância e a reputação da Petrobras, mesmo que seja um companheiro de partido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário