ZERO HORA 27 de fevereiro de 2015 | N° 18086
ECONOMIA. Governo corta os gastos de ministérios e subirá tributos
O governo Dilma Rousseff decidiu intensificar o aperto nas contas do Tesouro Nacional, com novo aumento da carga tributária e corte adicional de gastos. Ontem, foi editado decreto fixando limites para os gastos dos ministérios com custeio e investimentos, incluindo os do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), no primeiro quadrimestre em R$ 75,2 bilhões – no ano passado, ficou na casa de R$ 85 bilhões.
O próximo passo, a ser adotado a partir de hoje, será uma revisão, por meio de medida provisória, da desoneração das folhas de pagamento, promovida no primeiro mandato de Dilma em benefício de empresas de 56 setores. A ofensiva acontece em meio a crescente ceticismo do mercado em relação às metas fixadas para a poupança do governo neste ano, alimentado pelo efeito negativo da crise econômica na receita tributária.
Divulgados nos últimos dias, os primeiros resultados do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, foram negativos: em valores corrigidos pela inflação, a arrecadação teve queda de 5,4%, e o saldo do Tesouro Nacional em janeiro caiu de R$ 14 bilhões, em 2014, para R$ 10,4 bilhões.
DESPESAS ADIADAS PARA FECHAR CONTAS NO ANO
Para conter a sangria das receitas, ministros e técnicos finalizam proposta para elevar a alíquota da contribuição previdenciária patronal cobrada das empresas beneficiadas pela política de alívio tributário.
O secretário do Tesouro Nacional, Marcelo Saintive, também deixou claro que o governo federal recorrerá ao adiamento de despesas para fechar as contas do ano.
– Estamos reprogramando todas as despesas discricionárias, incluindo PAC, à luz da situação atual – disse Saintive.
O governo promete poupança de R$ 66,3 bilhões para o abatimento da dívida pública neste ano (R$ 55,3 bilhões no Tesouro e o restante nos Estados e municípios). Em 2014, houve déficit conjunto de R$ 32,5 bilhões.
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