VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

SOB DESCRÉDITO



ZERO HORA 10 de fevereiro de 2015 | N° 18069


EDITORIAL


O Brasil parece, mesmo, estar às vésperas daquilo que os economistas e os alarmistas chamam de tempestade perfeita – uma soma de distúrbios desestabilizadores na economia e na política.


A vertiginosa queda de popularidade da presidente Dilma Rousseff, que já é rejeitada por 44% dos brasileiros considerando-se a amostragem do instituto Datafolha, reflete conjuntamente o mau momento da economia do país e o escândalo de corrupção da Petrobras. O levantamento também mostra o descrédito da população em relação aos partidos políticos e a preocupação generalizada com o futuro imediato do país, principalmente em decorrência da crise energética, da elevação de preços e tarifas e do recrudescimento da inflação. O Brasil parece, mesmo, estar às vésperas daquilo que os economistas e os alarmistas chamam de tempestade perfeita – uma soma de distúrbios desestabilizadores na economia e na política.

Diante de cenário tão assustador, o mais preocupante é o imobilismo e o mau desempenho do governo federal, que não consegue reagir adequadamente, levando as críticas para o lado ideológico ou partidário. Ministros, assessores presidenciais e até o ex-presidente Lula, como ficou evidente no seu pronunciamento na festa de aniversário do PT, insistem em dizer que as investigações da Polícia Federal sobre a Petrobras, as críticas da oposição e os questionamentos da mídia fazem parte de uma armação para desestabilizar o governo.

Ora, o povo brasileiro quer é que o governo reaja, que recupere a credibilidade e que recoloque a economia num caminho virtuoso. Tanto que a recente nomeação de ministros da área econômica recebeu aplausos gerais, com exceção de setores mais radicais do próprio PT e de movimentos sociais. O mesmo não ocorreu com a mudança de comando da Petrobras, recebi- da com desconfiança pelo mercado e pelos investidores.

É direito da presidente fazer as suas escolhas. Mas também é seu dever vir a público para justificá-las e para esclarecer suas posições sobre o escândalo de corrupção na maior estatal brasileira. Neste momento em que o país está precisando de um choque de transparência para recuperar a confiança nos seus líderes e nas suas instituições, é imprescindível e impostergável que a presidente Dilma Rousseff melhore o processo de comunicação do governo e preste contas à nação com maior frequência, antes que o coro dos indignados se transforme no brado retumbante de uma pátria sem esperança.

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