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terça-feira, 31 de maio de 2011
SENADO APAGA IMPEACHMENT DE COLLOR DE SUA HISTÓRIA
Senado diz que exclusão do impeachment de Collor de exposição foi opção de historiadores. Mostra Túnel do Tempo foi exposta nos corredores da Casa - ZERO HORA, COM AGÊNCIA BRASI, 31/05/2011
A Secretaria de Comunicação Social do Senado divulgou nota na qual justifica a ausência de trecho sobre o impeachment do ex-presidente e atual senador Fernando Collor de Melo (PTB-AL) do novo Túnel do Tempo, montado na segunda-feira na Casa.
Segundo a nota, os dezesseis painéis que ficam expostos em um corredor que liga o prédio principal do Senado ao edifício anexo não citam o impeachment e outros fatos relevantes da história recente por uma opção dos historiadores.
Ontem, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), justificou o ato dizendo que o impeachment de Collor foi apenas um "acidente" na história do Brasil. Sarney minimizou o episódio em que Collor, que atualmente é senador, teve seus direitos políticos cassados pelo Congresso Nacional.
— Eu não posso censurar os historiadores que foram encarregados de fazer a história. Mas acho que talvez esse episódio seja apenas um acidente que não devia ter acontecido na história do Brasil — disse o presidente do Senado.
A justificativa do Senado diz que "a partir da Constituição de 1988, a opção dos historiadores foi destacar os fatos marcantes da atividade legislativa. O foco da exposição é mostrar a produção legislativa do Congresso Nacional. A discussão e aprovação das leis é a essência do que faz o parlamento como poder republicano."
A exposição traz os principais episódios da história brasileira, como a abolição da escravatura, o período do Estado Novo e o golpe militar de 1964. O Túnel do Tempo segue uma ordem cronológica centrado na relação do Senado com os principais fatos da história do Brasil entre 1822 e 1988. A partir daí, no penúltimo painel, passam a ser citados apenas leis e códigos importantes que foram aprovados pela Casa.
No que se refere aos personagens mais importantes da história brasileira, são lembrados, por exemplo, Joaquim Nabuco, Visconde do Rio Branco, Machado de Assis e os ex-presidentes Getúlio Vargas e Juscelino Kubitscheck.
O atual presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), é citado três vezes: sobre suas atuações durante a ditadura militar, no período em que assumiu a presidência da República e durante a constituinte de 1988.
A respeito de sua atuação como parlamentar no regime militar, Sarney é citado como integrante de um grupo de senadores que se preocupou em "manter um debate importante para a permanência do regime democrático".
Além do impeachment de Collor, outros fatos ligados ao Senado ficaram de fora da história contada nos painéis. É o caso da única cassação de um senador, quando Luís Estêvão perdeu os direitos políticos por oito anos em 2000. Também não são citadas as renúncias de Antônio Carlos Magalhães e de José Roberto Arruda.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - O presidente do Senado segue sua estratégia de manter a sociedade acomodada e os parlamentares no estado de inércia e compadrio, ao apagar fato histórico que revela como deveria ser o comportamento da sociedade e do parlamento diante de ilicitudes governamentais.
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