EDITORIAL
Como ressaltou a presidente, “não se pode confundir as pessoas com as instituições”. A Petrobras, alegou, é muito maior do que qualquer agente dela, seja diretor ou não, que cometa equívocos e crimes. Se alguém for julgado e condenado, isso não significaria, portanto, uma condenação da empresa. Daí a importância de que haja o máximo de transparência nas investigações envolvendo o mau uso de uma estatal que se constitui em motivo de orgulho para os brasileiros.
Na última semana, a Polícia Federal deflagrou a quinta fase da Operação Lava- Jato, que apura suspeitas de um esquema de lavagem de bilhões de reais na estatal. E caberá ao Tribunal de Contas da União (TCU) a decisão final sobre a iniciativa de dirigentes da corporação, incluindo a presidente Graça Foster, de transferir patrimônio particular a familiares numa tentativa de evitar seu bloqueio por conta de equívocos na aquisição de Pasadena. Ainda que possa ter amparo legal, a doação de imóveis particulares dos gestores reforça de forma inequívoca quais são as suas reais prioridades.
A importância da Petrobras para os brasileiros está acima dos interesses de quem se valeu da política para assumir sua gestão e precisa, assim, responder por eventuais erros cometidos. É por isso que a presidente opta corretamente ao privilegiar a defesa da empresa, não a de quem a submete a equívocos de gestão ou a vê como trampolim para ganhos pessoais.
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