TV GLOBO. BOM DIA BRASIL, Edição do dia 26/08/2014
Durante a operação, o Bom Dia Brasil mostrou a Celso Jancke trechos de conversa entre ele e um ex-funcionário em cargo de comissão.
Uma denúncia de corrupção em Canoas, cidade que fica na região metropolitana de Porto Alegre. Um vereador foi preso e outros dois são suspeitos de embolsar parte do salário dos assessores.
E não é só isso. A polícia descobriu que os funcionários eram coagidos a tomar empréstimos, antes de assumir o cargo, para pagar adiantado aos vereadores.
Os corredores da Câmara Municipal de Canoas foram tomados por policiais e promotores que buscavam documentos nos gabinetes de três vereadores: Francisco da Mensagem, do PSB, Doutor Pompeo, do PTB, e Celso Jancke, do PP. Eles são suspeitos de ficar com até metade dos salários dos assessores.
Durante a operação, o Bom Dia Brasil mostrou a Jancke os trechos de uma conversa a que a equipe teve acesso, entre ele e um ex-funcionário em cargo de comissão.
“Eu vou fazer com todos. 50%. Todos. Vamos supor, o liquido deu R$ 8 mil... R$ 4 mil. É isso, sabe? O liquido deu R$ 5 mil... R$ 2,5 mil. Décimo (terceiro), um terço das férias, tudo. Por isso eu pedi pra que tu imprimisse o contracheque e trouxesse para mim dar uma olhada”, disse Celso Jancke, vereador pelo PP, na gravação.
Bom Dia Brasil: O que o senhor quer dizer com isso?
Celso Jancke: Só vou declarar na Justiça.
Bom Dia Brasil: O senhor exige parte do salário dos assessores?
Celso Jancke: Não. Só declaro na Justiça.
Logo em seguida, o vereador recebeu voz de prisão. Os pagamentos foram comprovados através de quebra de sigilo bancário.
A Promotoria também descobriu que os assessores eram coagidos a fazer dívidas para pagar os políticos de uma vez só pelos quatros anos de trabalho. “O servidor comissionado era obrigado a contrair um empréstimo, repassava à vista esse valor para o vereador e ficava vinculado ao pagamento desse empréstimo durante todo o mandato”, diz Flávio Duarte, promotor de Justiça.
Foi o que aconteceu com um ex-assessor. Ele tinha um cargo com salário de R$ 10 mil e fez um empréstimo em folha para pagar o vereador. Mas foi demitido e agora ficou com uma dívida no banco de mais de R$ 50 mil.
“Agora, estou com esse empréstimo na minha conta e não sei como é que vou pagar. Eu adquiri depressão, síndrome do pânico”, diz o ex-assessor.
Para o promotor, o que acontecia com os funcionários nesses gabinetes pode ser comparado ao regime de escravidão. “Além da concussão que é a exigência de parte do salário e da lavagem de dinheiro, que foi constatada também durante a investigação, a situação peculiar do empréstimo deixa esse servidor quase na condição análoga a escravo, porque ele não pode deixar de trabalhar, não pode denunciar irregularidade. Ele fica quase que vinculado durante todo mandato ao vereador”, afirma Flávio Duarte.
Os vereadores Francisco da Mensagem e Doutor Pompeo não quiseram comentar o caso. Na noite desta segunda-feira também foram presos o ex-chefe de gabinete do vereador Doutor Pompeu, Cleber da Silva Britto, e Claudio Roberto Saldanha. Eles foram presos por porte ilegal de armas e são suspeitos de recolher o dinheiro dos funcionários para entregar aos parlamentares.
Durante a operação, o Bom Dia Brasil mostrou a Celso Jancke trechos de conversa entre ele e um ex-funcionário em cargo de comissão.
Uma denúncia de corrupção em Canoas, cidade que fica na região metropolitana de Porto Alegre. Um vereador foi preso e outros dois são suspeitos de embolsar parte do salário dos assessores.
E não é só isso. A polícia descobriu que os funcionários eram coagidos a tomar empréstimos, antes de assumir o cargo, para pagar adiantado aos vereadores.
Os corredores da Câmara Municipal de Canoas foram tomados por policiais e promotores que buscavam documentos nos gabinetes de três vereadores: Francisco da Mensagem, do PSB, Doutor Pompeo, do PTB, e Celso Jancke, do PP. Eles são suspeitos de ficar com até metade dos salários dos assessores.
Durante a operação, o Bom Dia Brasil mostrou a Jancke os trechos de uma conversa a que a equipe teve acesso, entre ele e um ex-funcionário em cargo de comissão.
“Eu vou fazer com todos. 50%. Todos. Vamos supor, o liquido deu R$ 8 mil... R$ 4 mil. É isso, sabe? O liquido deu R$ 5 mil... R$ 2,5 mil. Décimo (terceiro), um terço das férias, tudo. Por isso eu pedi pra que tu imprimisse o contracheque e trouxesse para mim dar uma olhada”, disse Celso Jancke, vereador pelo PP, na gravação.
Bom Dia Brasil: O que o senhor quer dizer com isso?
Celso Jancke: Só vou declarar na Justiça.
Bom Dia Brasil: O senhor exige parte do salário dos assessores?
Celso Jancke: Não. Só declaro na Justiça.
Logo em seguida, o vereador recebeu voz de prisão. Os pagamentos foram comprovados através de quebra de sigilo bancário.
A Promotoria também descobriu que os assessores eram coagidos a fazer dívidas para pagar os políticos de uma vez só pelos quatros anos de trabalho. “O servidor comissionado era obrigado a contrair um empréstimo, repassava à vista esse valor para o vereador e ficava vinculado ao pagamento desse empréstimo durante todo o mandato”, diz Flávio Duarte, promotor de Justiça.
Foi o que aconteceu com um ex-assessor. Ele tinha um cargo com salário de R$ 10 mil e fez um empréstimo em folha para pagar o vereador. Mas foi demitido e agora ficou com uma dívida no banco de mais de R$ 50 mil.
“Agora, estou com esse empréstimo na minha conta e não sei como é que vou pagar. Eu adquiri depressão, síndrome do pânico”, diz o ex-assessor.
Para o promotor, o que acontecia com os funcionários nesses gabinetes pode ser comparado ao regime de escravidão. “Além da concussão que é a exigência de parte do salário e da lavagem de dinheiro, que foi constatada também durante a investigação, a situação peculiar do empréstimo deixa esse servidor quase na condição análoga a escravo, porque ele não pode deixar de trabalhar, não pode denunciar irregularidade. Ele fica quase que vinculado durante todo mandato ao vereador”, afirma Flávio Duarte.
Os vereadores Francisco da Mensagem e Doutor Pompeo não quiseram comentar o caso. Na noite desta segunda-feira também foram presos o ex-chefe de gabinete do vereador Doutor Pompeu, Cleber da Silva Britto, e Claudio Roberto Saldanha. Eles foram presos por porte ilegal de armas e são suspeitos de recolher o dinheiro dos funcionários para entregar aos parlamentares.
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